PV lança candidatura 'sem amarras' à Presidência

O ex-deputado federal Eduardo Jorge foi confirmado como candidato à Presidência da República em convenção do partido

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Por Nivaldo Souza
Atualização:

BRASÍLIA - A Convenção Nacional do Partido Verde (PV) confirmou, por aclamação, o ex-deputado federal Eduardo Jorge como candidato à Presidência da República. A legenda disputará o Palácio do Planalto sem aliados, a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, será vice de Jorge. O presidente do partido, deputado federal Penna (PV-SP), defendeu que o partido disputará o Palácio do Planalto sem “amarras” com outras legendas e sindicatos. “Os outros partidos estão muito amarrados a compromissos. Eles não podem falar, como nós, de tudo”, disse. Penna se referiu indiretamente a ex-senadora Marina Silva, que disputou a Presidência pelo PV em 2010, e hoje é vice na chapa de Eduardo Campos (PSB). “Nós não temos dessa vez uma candidatura inventada. Temos uma candidatura que vem dos nossos quadros”, considerou. Com apenas oito deputados federais e senador no Congresso Nacional, o PV colocou como principal meta elevar a bancada verde. “Precisamos não/ perder o objetivo estratégico, que é aumentar a bancada de deputados federais. Para enfrentar a bancada do agronegócio precisamos ter números”, disse Penna. “É um bancada própria que nos dará tempo de televisão e fundo partidário”, destacou o deputado Sarney Filho (PV-MA). O PV colocou a reforma política como uma dos pontos principais de seu programa de governo. O presidente do partido disse que a proposta verde é a retomada do parlamentarismo, experiência vivia no início do governo João Goulart (1961-64). “A bandeira do parlamentarismo, enquanto houver esse presidencialismos maluco que nem imperial é, porque é mais autoritário do Segundo Império (Reinado, no Brasil, de 1840-1889), não teremos uma reforma política. O fundamental é discutirmos esse monstro que é o presidencialismo”, disse. Bandeira liberal. Jorge afirmou que essa corrida eleitoral tem três “grandes candidaturas” com Aécio Neves (PSDB), Campos e Dilma Rousseff (PT-SP), mas disse que pretende se colocar como opção ao eleitor que “acredita no desenvolvimento sustentável e quer votar verde” e contra os “partidos do século 20”. Segundo o pré-candidato verde, o PV tem nessas eleições “um programa íntegro”, retomando bandeiras não encampadas por Marina em 2010. “Ela agregou muita coisa, mas tem ideias decorrentes da sua posição religiosa que são muito conservadoras”, afirmou. Sem Marina para perseguir o feito de 2010, quando ela obteve quase 20 milhões de votos, o PV encampou a legalização do aborto e a descriminalização da maconha como bandeira. “O PV tem uma posição bem mais liberal (que a Marina)”, defende. Eduardo Jorge, de 64 anos, nascido em Salvador, mas radicado em São Paulo desde os anos 1970, é médico formado pela USP e tem seis filhos. Ele foi um dos fundadores do PT, em 1980, partido pelo qual foi quatro vezes deputado federal e ocupou um mandato como deputado estadual em São Paulo. Jorge deixou o PT em 2003, filiando-se ao PV. Foi secretário municipal de Saúde nos governos das ex-prefeitas Luiza Erundina (PSB-SP) e Marta Suplicy (PT-SP), e chefiou a Secretaria do Verde e Meio Ambiente nas gestões José Serra (PSDB-SP) e Gilberto Kassab (PSD-P). Célia, de 46 anos, é contadora e advogada, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Ela nasceu em São Paulo, mas vive em Salvador desde os seis anos de idade. Foi a vereadora mais votada da capital baiana em 2008 e, em 2012, foi eleita vice-prefeita na chapa do prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM-BA). "Sei que não vai ser fáci. São muitos desafios, porém, com coragem e dedicação vamos conseguir fazer uma excelente representação para o que acreditamos para a política partidária do nosso País", disse.

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