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PT diz que crise pode impulsionar 'aventuras autoritárias'

Lançamento de Lula terá slogan 'Mais amado a cada dia. Mais candidato do que nunca'

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Por Vera Rosa
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BRASÍLIA - O PT aproveitou a greve dos caminhoneiros para criticar o governo de Michel Temer e defender a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, ao Palácio do Planalto. Em nota, o partido marca posição no jogo eleitoral e diz que a atual crise pode se transformar "em terreno fértil para aventuras autoritárias" porque o bloco político de centro - chamado no texto de "campo dos golpistas" - não consegue apresentar uma candidatura viável.

A referência indireta a "aventuras autoritárias" é ao deputado Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL. No próximo dia 9, o PT promoverá um ato nacional de lançamento da pré-candidatura de Lula, em Belo Horizonte. "Mais amado a cada dia. Mais candidato do que nunca", dirá o slogan do evento.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

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Condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão, em Curitiba, desde 7 de abril. A estratégia do PT é registrar sua candidatura em 15 de agosto, mesmo sob risco de impugnação pela Lei da Ficha Limpa.

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Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente já teve o nome lançado outras vezes, em atos regionais. Trata-se de um movimento para mantê-lo em evidência.

Agora, o partido pegou carona na paralisação dos caminhoneiros para também defender seu maior líder. Assinada pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e pelos líderes do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Lindbergh Farias (RJ), a nota sobre a greve afirma que a política adotada na Petrobrás trata a empresa "como se fosse uma bolha privada desconectada do interesse nacional".

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Para os petistas, o protesto contra a alta dos combustíveis é "justo", mas a população precisa ficar de olho em "tentativas de manipulação política da paralisação dos transportes e suas consequências". O texto não cita em nenhum momento os escândalos na Petrobrás. Sustenta, porém, que houve 229 reajustes no preço do diesel, nos últimos dois anos,e "apenas 16" nos governos do PT (gestões de Lula e Dilma Rousseff).

"A reversão deste processo, em benefício do País e do povo, só será possível quando tivermos um governo eleito pela maioria, com legitimidade para enfrentar as pressões do mercado, ao invés de submeter-se a ele como fazem Michel Temer e Pedro Parente (presidente da Petrobrás). Esta é mais uma razão para lutarmos pela liberdade de Lula e pelo direito do povo de votar livremente", diz um trecho da nota do PT.

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