Programa de governo do PT propõe reforma bancária e do 'sistema de Justiça'

Documento representa uma guinada à esquerda em comparação a programas anteriores; segundo o coordenador, Fernando Haddad, texto já foi aprovado por Lula, preso e condenado na Lava Jato e pré-candidato da sigla

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Foto do author Daniel  Weterman
Por Ricardo Galhardo e Daniel Weterman
Atualização:

O PT divulgou nesta sexta-feira, 20, os eixos temáticos do programa de governo do partido para as eleições de 2018. O resumo apresentado pelo coordenador do programa, Fernando Haddad, representa uma guinada à esquerda em relação às gestões petistas de Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, e Dilma Rousseff com propostas como a democratização dos meios de comunicação e reformas do sistema bancário e judiciário, implementação de um novo processo Constituinte. O documento fala também em "refundação democrática do Brasil".

Haddad, que trabalha nas propostas desde o ano passado ao lado do economista Marcio Pochman e do ex-deputado Renato Simões, apresentou o resumo das propostas à Executiva Nacional do partido na manhã desta sexta-feira, 20, em São Paulo. Segundo ele, a versão já foi aprovada por Lula, que cumpre pena de prisão em Curitiba, e deve ser apresentada na íntegra antes da convenção do partido, marcada para o dia 4 de agosto. 

Fernando Haddad, candidato a vice na chapa presidencial petista Foto: REUTERS/Leonardo Benassatto

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"Tem uma reunião na semana que vem já com o texto que foi batido com o Lula, batido com a executiva. Está encaminhado". disse Haddad.

O programa é dividido em cinco eixos temáticos. O primeiro, "Promover a soberania nacional e popular na refundação democrática do Brasil", apresenta propostas como "democratização dos meios de comunicação de massa" e "processo Constituinte" .

O segundo eixo, "Iniciar uma nova era de afirmação de direitos", fala em "reformar o sistema de Justiça para garantir direitos". Supostos "abusos" do Judiciário como a condenação e prisão de Lula fazem parte do discurso petista desde que integrantes do partido viraram alvo em processos como os do mensalão e a Lava Jato.  O partido promete ainda implementar a renda básica de cidadania, bandeira histórica do senador Eduardo Suplicy rejeitada nos governos Lula e Dilma.

O terceiro eixo, "Liderar um novo pacto federativo para promoção dos direitos sociais", promete o fortalecimento do SUS e federalização do combate ao tráfico de drogas. 

O quarto ponto é econômico, "Promover um novo modelo de desenvolvimento", sugere uma reforma bancária e um "programa emergencial para a superação da crise econômica e busca do pleno emprego", além de uma reforma tributária. Não há menção a medidas pró-mercado, como cortes de gastos.

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O quinto e último eixo tem viés ecológico com impactos no agronegócio, "Iniciar a transição ecológica para a nova sociedade do século 21", e promete "promover a estrutura produtiva de baixo impacto ambiental, alto valor agregado e tecnologicamente avançada".

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