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PT dividido não vence, diz Haddad a Kassab

Ex-ministro defende unidade partidária um dia após prefeito ser vaiado em Brasília e ouve protestos em São Paulo contra a aliança com o PSD

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Por Redação
Atualização:

Um dia após as vaias ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), na festa de 32 anos do PT em Brasília, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) afirmou ter dito ao potencial aliado que o maior trunfo de que dispõe na eleição é a união de seu partido. Minutos depois da declaração, o pré-candidato ouviu de cerca de 600 militantes do PT paulistano o coro de "Ei, Haddad, não queremos o Kassab". "Eu disse a ele, na conversa que tive com ele, que o patrimônio que tenho para disputar essa eleição é o PT unido e com vontade de ganhar as eleições", sustentou Haddad em outra festa de 32 anos do partido, na noite de sábado, organizada pelo diretório paulistano. "Qual a força que o PT tem na cidade? A sua unidade. Se não a preservarmos não temos chance de vitória."Haddad avaliou que a ida de Kassab a Brasília "não foi bem compreendida", uma vez que, segundo o ex-ministro, o prefeito mantém o PT em terceiro lugar na sua ordem de preferência da composição de chapas. Ele disse ter ouvido de Kassab que "não lhe interessa o PT desunido". O ex-ministro ainda minimizou as vaias recebidas pelo prefeito em Brasília. "Depois de 11 anos de vida pública, já vi muito aplauso e muita vaia. É próprio da democracia as pessoas se manifestarem. Já passei por isso, vi pessoas que passaram por isso e depois foram celebradas. Como já vi o oposto também".Kassab, não. Minutos após as declarações, subiu ao palco e fez um breve discurso para a militância petista. Ao final, ouviu quase todo o salão de festas do Clube Tramontano - cerca de 600 pessoas, segundo os organizadores -, protestarem seguidas vezes contra a aliança com Kassab.Desconcertado, o presidente do PT-SP, vereador Antonio Donato, puxou um grito petista e depois um Parabéns a Você, no que foi acompanhado pelo salão. Ao fim, no entanto, a grita antikassabista soou novamente.Em seu primeiro ato de pré-campanha desde que deixou o Ministério da Educação, Haddad viu, além do coro da militância, outras manifestações contra a aliança com o prefeito. Ouviu de eleitores que lhe cumprimentaram que um acordo com Kassab era uma traição à história do PT e chegou a tirar fotos com militantes que ostentavam em suas roupas um adesivo que dizia "Haddad sim, PSD não", acompanhada de uma imagem de veto ao atual prefeito.Um líder petista disse que a manifestação contra Kassab na festa de São Paulo era mais importante do que a vaia de Brasília, porque ali a maioria dos presentes era composta por membros de diretórios zonais que, em sua maior parte, são também delegados no encontro municipal que ocorrerá em 2 de junho e decidirá sobre temas como as alianças.No discurso para a militância, Donato manifestou o desconforto de parte dos petistas da capital com o movimento pró-aliança, afirmando que as decisões serão tomadas pela militância. "Não vai ser uma imposição de cima pra baixo. É a garantia que a direção pode dar", afirmou.Marta, sim. Instado a comentar a ausência da senadora Marta Suplicy (SP) na festa do PT em Brasília, o pré-candidato assegurou com veemência a presença dela em sua campanha. "Sou capaz de te garantir com 120% de certeza que a senadora Marta Suplicy vai, como todas as vezes, se engajar nessa campanha. Mesmo quando a Marta perdeu prévias, ela se engajou na campanha daquele que venceu".

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