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PSDB insistirá sobre 'quebra de contratos'

Campanha de Serra investe em discurso, também difundido na internet, segundo o qual Haddad romperá parcerias na área da saúde

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Por BRUNO BOGHOSSIAN E FERNANDO GALLO
Atualização:

Atrás nas pesquisas de intenção de voto, a campanha de José Serra (PSDB) à Prefeitura passou a investir no discurso segundo o qual o petista Fernando Haddad, se eleito, vai acabar com o sistema de Atendimento Médico Ambulatorial (AMA), uma das principais bandeiras dos tucanos e da gestão de Gilberto Kassab (PSD). Além do discurso do candidato tucano - que explorou o assunto ontem no debate da TV Bandeirantes -, o "fim das AMAs" é usado pelo comitê tucano massivamente na internet. O objetivo do comitê serrista é tentar colar no PT, nesta reta final da campanha, a intenção de extinguir a gestão de unidades de saúde por Organizações Sociais (OS) - entidades privadas que firmam convênios com a administração municipal para gerenciar as AMAs. O PT é um crítico histórico do modelo de OS adotado no Estado e na cidade de São Paulo, Haddad, porém, nega que vá acabar com as parcerias e diz que manterá os contratos das organizações.Pelo sistema de parcerias, a administração deixa de cuidar diretamente das unidades de saúde e repassa dinheiro para que entidades privadas façam o serviço. Há várias investigações no Tribunal de Contas do Município a respeito da má utilização dos recursos pelas organizações. Por outro lado, pesquisas indicam que unidades administradas pelas OS são bem avaliadas pela população.A equipe tucana divulgou na internet ontem mensagens em que afirma que a proposta de Haddad de criar a Rede Hora Certa vai "acabar com as AMAs e fazer São Paulo retroceder ao caos dos tempos do PT". O texto foi publicado no site oficial do tucano, na página de sua campanha no Facebook e em sua conta no Twitter."Quem você escolheria para cuidar da saúde em São Paulo? O maior ministro da Saúde que o Brasil já teve ou o pior ministro da Educação de todos os tempos?", escreveu a campanha do PSDB.Ao usar o exemplo concreto das AMAs no debate sobre a gestão pública por OS, os tucanos tentam aproximar o tema do eleitorado, que poderia não entender o modelo de administração.O programa de governo petista prevê, na página 45, "retomar, sem prejuízo dos condicionantes contratuais legais e após providências administrativas necessárias, a direção pública da gestão regional e microrregional do sistema municipal de saúde". Os tucanos sustentam que este tópico indica a intenção de encerrar todos os convênios com OS.Os petistas afirmam que pretendem manter as AMAs e integrá-las às novas unidades da Rede Hora Certa - centros de atendimento e diagnóstico que seriam construídos em cada região da cidade. Sobre as OS, dizem que todos os contratos serão mantidos e que as parcerias só serão revistas após o fim de cada convênio.'Falso'. Haddad afirmou ontem que a informação propagada pelos tucanos é "falsa" e que Serra tenta "confundir a opinião pública". "Deixando claríssimo: sou a favor de parcerias na área da saúde, como sou na área de educação. O ProUni é uma parceria público-privada", afirmou Haddad. "Incluí no fundo de financiamento da educação as creches conveniadas e as escolas especiais particulares. Como posso ser contra a parceria público-privada? Jamais serei. Na área da saúde tampouco. Manterei os contratos."

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