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PSDB decide fechar apoio a Gilberto Kassab no segundo turno

Acordo para união dos principais líderes tucanos já está em curso, independentemente do resultado no domingo

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Por Christiane Samarco
Atualização:

O PSDB nacional já decidiu: caso o eleitor paulista deixe o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, fora do segundo turno, como indicam as pesquisas de intenção de voto, o partido fechará oficialmente, e rápido, com o prefeito Gilberto Kassab (DEM), que disputa a reeleição. A costura política para apressar a união dos principais líderes tucanos no Estado já está em curso, independentemente do resultado da eleição do próximo domingo.   Veja também: Candidatos em São Paulo vão neste domingo a debate na TV Kassab sobe 4 pontos e Alckmin pára a 10 dias do primeiro turno Especialista comenta a reta final da disputa eleitoral em São Paulo A enquete: Quem ganha com a briga dos dois? Perfil dos candidatos   Nos bastidores do partido, tucanos de Norte a Sul entoam o discurso de que o PSDB será vitorioso nas eleições municipais, desde que a candidata petista Marta Suplicy seja derrotada. Se com Alckmin ou com Kassab, não importa: A ordem é não descaracterizar a vitória. Argumentam que no pior cenário, com o tucano excluído do segundo turno, ninguém poderá dizer que o PSDB perdeu a eleição se o vitorioso for o prefeito do DEM, que tem a marca de "candidato do governador" José Serra (PSDB).   É com este discurso e a certeza de que manterão o comando da maior cidade do País que dirigentes tucanos se preparam para "tomar posse da vitória", caso o prefeito do DEM consiga a reeleição. De olho no segundo turno, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso troca telefonemas semanais com o ex-senador e conselheiro político do DEM Jorge Bornhausen, e ambos se encontram semanalmente em São Paulo com o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE). Quando o DEM se viu obrigado a reagir a ataques de tucanos a Kassab, Bornhausen sempre recomendou prudência, deixando os protestos e queixumes para o presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ). "Quanto mais ficarmos em silêncio melhor", tem aconselhado Bornhausen.   Em suas conversas com FHC, Serra e Sérgio Guerra, o velho pefelista sempre insiste na tese de que "agora é hora de a gente ficar calado e preservar as pontes para as negociações futuras". É este trio que, ao lado de Serra, conduzirá todas as negociações. Cauteloso, Guerra tem afirmado que, independentemente do "caldeirão da crise paulista", a interlocução está preservada.   Diante do confronto acirrado entre partidários do prefeito e de Alckmin, o presidente do PSDB procurou manter diálogo franco e permanente com as duas alas do partido que estão representadas na executiva nacional. A preocupação de preservar a interlocução com o DEM ficou clara quando o fogo amigo se intensificou, com as críticas do ex-ministro tucano e secretário da prefeitura, Clóvis Carvalho, a Alckmin. Sérgio Guerra limitou-se a fazer a defesa do candidato tucano, "um homem público correto, que todo o partido admira". Disse que acusações a Alckmin "não são apoiadas pelo PSDB, que tem nele seu candidato para vencer em São Paulo". Em momento algum, porém, fez qualquer reparo à campanha ou aos ataques de Kassab.   A maior preocupação dos tucanos é administrar o próprio Alckmin, pois o temor geral é de que a eventual derrota dele acabe arranhando a imagem de Serra. Até os mais próximos aliados do governador apontam responsabilidade de Serra na crise, acusando-o de ter "deixado a coisa correr lá atrás", omitindo-se de conduzir o processo político que resultou na candidatura de Alckmin. Mas a direção nacional não entra nesta polêmica. Ao contrário, toda a costura política é no sentido de evitar que expoentes do partido como o governador mineiro Aécio Neves e o senador Tasso Jereissati (CE) adicionem combustível à crise paulista criticando Serra para defender ou se solidarizar com Alckmin.

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