PSDB dá apoio público a Perillo e ataca petistas

Líderes tucanos fazem ato por governador de Goiás e afirmaram que Dilma, parte da PF, Lula e Dirceu agem para proteger os réus do mensalão

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Por Debora Bergamasco e BRASÍLIA
Atualização:

Depois de reclamar do silêncio de seu partido, e até da reavaliação que parte da cúpula tucana fazia de sua situação depois de novos indícios de ligação de seu governo com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo, ganhou o afago público da direção do PSDB. Numa entrevista coletiva convocada para ontem, os líderes nacionais tucanos disseram que têm total confiança na conduta de Perillo. E encontraram um culpado para justificar as sucessivas denúncias de corrupção e envolvimento do governador com Cachoeira. O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), repetiu, durante o que chamou de "ato de solidariedade", o mantra de "ação orquestrada". Da "ação" fariam parte a presidente Dilma Rousseff, parcela da Polícia Federal - ambos selecionando as informações que chegam à CPI do Cachoeira - e também "a internet", a CUT e a UNE, com a ajuda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro José Dirceu. Unidos, eles formariam uma cortina de fumaça para proteger os réus do mensalão: "Jogam o holofote sobre Marconi para apagar o resto do Brasil", bradou Guerra. O discurso de defesa foi referendado pelo líder tucano no Senado, Álvaro Dias (PR). Ele se disse favorável à investigação de Perillo, mas não à sua reconvocação. O líder do partido na Câmara, Bruno Araújo (PE), fez coro e sugeriu que fossem chamados para depor o governador do Rio, Sérgio Cabral; Carlos Cachoeira novamente e o ex-presidente da Valec (estatal de ferrovias) José Francisco das Neves, o Juquinha. Ele pediu ainda que fossem ouvidos o ex-presidente da Delta Fernando Cavendish e o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Estes dois últimos já foram convocados pela CPI. A decisão de defender Perillo - mesmo dizendo que se tratava de uma "defesa da democracia, e não do governador, que já é grandinho para se defender sozinho" - foi combinada pelo partido na segunda-feira. Ontem, Perillo enviou seus representantes de Goiás para Brasília. Na reunião com líderes tucanos, eles apresentaram novas explicações e alinhavaram o discurso-bálsamo que, sobretudo, destacou a "operação de guerra" do PT - deferida pelo fato de os petistas estarem perdendo para a oposição em sete das principais capitais do País, segundo contagem tucana.

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