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PSD quer limitar apoio a SP

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

Em política não há sentenças definitivas, mas a confirmação da candidatura à Prefeitura, nas circunstâncias atuais, representa para o ex-governador José Serra a abdicação do projeto pessoal de chegar à Presidência da República. A lógica indica ter prevalecido no PSDB a percepção de que a batalha da hora é impedir a conquista da Prefeitura de São Paulo pelo PT, primeiro passo do adversário histórico dentro da estratégia mais ampla de chegar ao Palácio Bandeirantes.O que, se eventualmente ocorrer, significará o que na linguagem popular do futebol se traduz por fazer "barba, cabelo e bigode", dito aplicado a um time que obtém conquistas simultâneas. O PT, se consumada sua estratégia, teria a prefeitura e o governo do Estado mais importante, além da Presidência da República, na suposição da reeleição de Dilma Rousseff em 2014. Serra vive seu momento mais difícil e desafiante: a vitória ou a derrota o inviabilizam para 2014. A primeira o devolve ao poder político, mas o faz prisioneiro do mandato; a segunda certamente representará a aposentadoria.É com esse raciocínio que o PSD respalda a confiança na garantia recebida do prefeito Gilberto Kassab de que o acordo com o PSDB se restringe à eleição municipal. Montado com apoio do PT na maioria dos Estados, nos quais é sublegenda de governadores, o partido não quer abrir mão do apoio à reeleição de Dilma em 2014. A exceção a esse planejamento seria um desastre na administração Dilma, capaz de inviabilizá-la eleitoralmente, hipótese considerada remotíssima pela maioria dos estrategistas dos partidos políticos, mesmo os da oposição.Tempo de TV, moeda decisivaA pedra no caminho do PSD na tentativa de se tornar parceiro indispensável no apoio à reeleição de Dilma Rousseff, o que disputa com o PMDB, é o tempo de televisão que reivindica junto à Justiça Eleitoral. Ainda mais se o PMDB se fortalecer com o apoio ao PT num segundo turno em São Paulo. Por isso, o partido estranha que o PSDB esteja na oposição à causa, até porque reduz o tempo de propaganda também para José Serra. Porta-vozes do partido cobram reciprocidade.Sarney fica menor no AmapáCristina Almeida (PSB), que em 2006 ameaçou a reeleição do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - ficou 4 pontos atrás dele nas pesquisas -, volta à cena na disputa pela Prefeitura de Macapá, apoiada pelo governador Camilo Capiberibe. Ela tem 11% nas sondagens, logo atrás do prefeito Roberto Góes (PDT), que busca a reeleição. A interlocutores, Sarney afirmou que não se envolverá na disputa no Amapá neste ano. Seu espaço ficou menor.Mandatos eternosO Supremo Tribunal Federal deve julgar brevemente o caso dos "prefeitos itinerantes" - políticos que driblam o limite constitucional de dois mandatos consecutivos, mudando o domicílio eleitoral e elegendo-se em municípios vizinhos. Há casos como o do prefeito de Paulista (PE), Yves Ribeiro (PSB), há 20 anos no cargo. No STF, por mais incrível, há quem ache normal, como os ministros Marco Aurélio Melo e Cármem Lúcia. Abrindo o bico O ex-deputado Hildebrando Pascoal, do "crime da motosserra", driblou a segurança da penitenciária do Acre e enviou cartas ao Judiciário ameaçando contar o que sabe. Treze anos após sua prisão, seu sobrenome pode voltar à Câmara: se o TSE cassar a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), quem assume a vaga é Solange Pascoal (PMN-AC), sua prima.

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