
30 de julho de 2018 | 23h51
CURITIBA - Em convenção do PSB do Paraná nesta segunda-feira, 30, o ex-governador e pré-candidato ao Senado nas eleições 2018 Beto Richa (PSDB) afirmou que a aliança em torno da reeleição da governadora Cida Borghetti (PP) está caminhando para um “desfecho”.
De outro lado, a chefe do Executivo, presente no mesmo evento, desconversou sobre o impasse formado por seu grupo em torno do acordo com o tucano e disse que a decisão final só terá tomada nos próximos dias.
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No encontro, que, além de Richa, estiveram presentes também líderes do DEM e PTB, o PSB sinalizou apoio à governadora e demonstrou que está trabalhando para que a aliança entre as quatro legendas, formada no governo do tucano, seja mantida na campanha à reeleição da governadora.
"Temos um entendimento já antigo entre essas siglas para a reeleição de Cida Borghetti”, declarou o presidente do PSB do Paraná, Severino Araújo. O partido, porém, deixou a ata de convenção em aberto para que a Executiva Estadual se pronuncie sobre o apoio até o próximo dia 5, limite do prazo legal.
Na semana passada, os grupos partidários chegaram a sinalizar um desmanche na chapa de Cida depois das declarações do marido dela, o deputado federal Ricardo Barros (PP), de que não havia espaço para o PSDB na coligação da governadora. Fiéis à aliança com o tucano, líderes das siglas ameaçaram deixar a coligação da governadora caso não houvesse apoio a Richa. A divergência surgiu depois de boatos de que o tucano teria pedido a governadora para não incluir o deputado federal Alex Canziani (PTB) como segundo candidato ao Senado na chapa.
Na chegada à convenção, o ex-governador declarou que uma possível candidatura avulsa ao Senado “está mais distante”, mas que a decisão está nas mãos dos partidos e de Cida. “Os partidos estão conversando e um dos mais leais é o PSB. [...] Está nas mãos deles a decisão, mas, segundo informações, tem caminhado bem a manutenção dessa aliança. É um dos partidos que atua fortemente para consolidar essa aliança”, disse. Richa também negou que tentou “rifar” a candidatura de Canziani. “Quem me conhece sabe que não atuo dessa forma."
“Temos quatro dias ainda de muita conversa, maturidade política, (o PSDB) é um partido importante, que faz parte da base de apoio. Tenho respeito muito grande pelo (ex) governador, mas tem muitas coisas por acontecer, muitas definições”, desconversou Cida sobre a manutenção da aliança com os partidos. Apesar da incerteza, em seus discursos na convenção, Cida e Richa trocaram elogios e sinalizaram apoio mútuo.
Richa confirmou também que deve ter o apoio de parlamentares do PSC e PSD, que integram a chapa do deputado estadual Ratinho Junior (PSD) ao governo. O tucano negou, porém, que tenha feito um “acordo branco” com o parlamentar para que ele não lançasse candidaturas ao Senado que pudessem atrapalhar sua eleição, como teria afirmado Ricardo Barros.
Mesmo segurando as alianças, que deve somar nove partidos e o maior tempo de TV entre os candidatos ao Palácio Iguaçu, a governadora Cida Borghetti deve ter algumas siglas “rachadas” em sua coligação. Na semana passada, parlamentares do PSDB declararam que, diante da dificuldade de conversa com Ricardo Barros, prefeririam deixar a chapa encabeçada pelo PP.
O deputado federal Aliel Machado (PSB) também declarou que poderá até apoiar Cida, mas que não subirá no mesmo palanque que Richa. “Não só não farei campanha para o Beto Richa, como defenderei o não voto a ele”, disse à imprensa. Depois que seu partido sinalizou apoio ao ex-governador na convenção, ele deixou constrangidos seus correligionários afirmando que “a prioridade não era a defesa de uma pessoa ou de um partido, mas do PSB."
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