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Procuradoria vai analisar empresa de Renan

Por MARIÂNGELA GALLUCCI e BRASÍLIA
Atualização:

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que vai analisar o investimento de R$ 300 mil do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), numa empresa imobiliária que funcionou por aproximadamente um ano. Reportagem publicada ontem pelo Estado mostrou que a Tarumã Empreendimentos Imobiliários Ltda. foi aberta após as eleições de 2010 em uma sala no Lago Sul em Brasília e fechada meses depois, após um aporte em dinheiro vivo.Gurgel disse que vai examinar o caso para decidir que providências tomará. Cabe ao procurador-geral pedir a abertura de inquéritos e processos criminais contra autoridades. No caso da Tarumã, documentos da Junta Comercial do Distrito Federal mostram que a empresa tinha como sócios Renan e seus filhos Rodrigo e Rodolfo Calheiros. Renan investiu R$ 9 mil e os filhos, R$ 500 cada um. Meses depois, o senador deixou oficialmente a empresa e foi substituído pela mulher, Maria Verônica. Houve um aporte de R$ 290 mil ao negócio. Procurado pela reportagem, Renan não quis dar informações sobre o empreendimento. Disse que as operações envolvem atividades privadas.Em nota divulgada no início da noite de ontem, Renan informou que "todos os aspectos fiscais e empresarias dos contribuintes Renan, sua esposa e seus filhos, estão devidamente registrados perante os órgãos oficiais de controle". O senador disse ainda que a abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral foi um pedido seu e que ele é o maior interessado no desenlace da questão. O senador manteve a posição de não explicar as operações da Tarumã.Falsidade ideológica. Recentemente, Gurgel denunciou Renan ao Supremo Tribunal Federal por suposto envolvimento com os crimes de falsidade ideológica, uso de documentos falsos e peculato. Segundo o procurador, antes de o STF decidir se aceitará ou não a denúncia, Renan será intimado para apresentar uma resposta. Se a denúncia for aceita, será aberto um processo criminal e o senador passará da condição de investigado para a de réu.A apuração foi aberta após o surgimento de suspeitas de que Renan tinha despesas pessoais pagas por um empresário. Para justificar o dinheiro, ele teria apresentado documentos falsos, segundo o procurador.

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