Com foco de atuação na formação profissional do jovem, a Fundação Pró-Cerrado foi beneficiada com R$ 13,98 milhões em oito convênios assinados desde 2008 com o Ministério do Trabalho e Emprego.Dados do Portal da Transparência do governo federal revelam que a ONG criada em 1994, em Goiânia, já recebeu a maior parte do dinheiro. Apenas os últimos desembolsos somaram quase R$ 5 milhões. Os volumes mais expressivos de pagamentos foram feitos no primeiro semestre deste ano, quando a fundação já era apontada como uma ONG com suspeitas de irregularidades. No final de março, a Pró-Cerrado chegou a receber de uma só vez R$ 1,14 milhão para desenvolver programa de qualificação profissional de 4.626 trabalhadores em Goiás, Pernambuco e Paraná. Esse convênio prevê um desembolso total de R$ 3,8 milhões, com um custo de R$ 828,39 por trabalhador. O último pagamento foi feito há pouco mais de um mês, no início de outubro, quando foram liberados R$ 450 mil para um convênio de qualificação de 2020 profissionais, com curso de formação de carpinteiro, pedreiro e encarregado de obras civis na região do município de Ipojuca, em Pernambuco. Nesse convênio, cada curso vai custar R$ 743 por trabalhador. Em outro convênio, a Pró-Cerrado recebeu R$ 1,88 milhão para treinar 2505 profissionais afrodescendentes. Custo por trabalhador: R$ 750,50. As informações do Portal da Transparência mostram ainda que quase 13% de todos o dinheiro de convênios assinados entre Trabalho e municípios de Goiás foram para a Pró-Cerrado. Parte dos ganhos da Fundação, afora os convênios celebrados com o Ministério, provém da cobrança de 5% a 10% de uma taxa de gestão cobrada das empresas que recorrem aos aprendizes treinados pela ONG.A Fundação também recruta jovens, acima de 18 anos, para instituições públicas.