Pré-candidatos lamentam desistência de Barbosa da corrida presidencial

Ex-presidente do STF anunciou que não será candidato por razões pessoais; Alckmin acredita em 'outra forma de participação'

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Por Roberta Pennafort , Felipe Frazão , Pedro Venceslau e Renata Batista
Atualização:

RIO - Pré-candidatos à presidência lamentaram nesta terça-feira, 8 a desistência do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa em disputar o cargo durante a 73ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) , em Niterói, na Grande Rio. 

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Opré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin  disse que Barbosa,poderá participar de outra forma do processo eleitoral. Segundo o ex-governador paulista, há muitas conversas em curso sobre alianças, mas isso só deve ser concluído em julho.  O PSB, partido ao qual o ex-ministro é filiado, é aliado do PSDB em São Paulo.

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“É uma perda, porque precisamos de novas lideranças como ele, com mais participação e serviços para o Estado. Tenho certeza que, se não for como candidato, a participação dele será de outra forma”, afirmou Alckmin.

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O governador de SP, Geraldo Alckmin ao lado do senador Tasso Jereissati e integrantes da Executiva Nacional do PSDB confirma durante entrevista coletiva sua candidatura à Presidência da República. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Para Ciro Gomes, do PDT, a presença de Barbosa na disputa era boa porque ele representa uma demanda por ética que é de todos os brasileiros. Perguntado se a desistência favorece mais a esquerda ou a direita, o pedetista disse não ser possível saber.

“Ninguém sabe porque ele não tinha se posicionado ainda. É uma pessoa que passou dois anos em horário nobre (na TV), mas ainda não tinha se posicionado sobre economia, sobre desenvolvimento”, disse

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A pré-candidata do Rede, Marina Silva, disse que respeita o debate interno do PSB, mas destacou a “identidade programática” entre os dois partidos, que foram aliados na disputa presidencial de 2014.  Ela ressaltou, porém, que a decisão do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa ainda é muito recente e é preciso dar tempo ao PSB para debater a decisão.

“Boa parte da base da nossa proposta para 2018 está construída em cima do programa de 2014, que fizemos juntos”, disse, lembrando que o então candidato do PSB, Eduardo Campos, acolheu o Rede quando este não conseguiu o registro de partido político e que ela assumiu a cabeça de chapa após a morte de Campos em um acidente aéreo.

Pré-candidato do PSL, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) disse hoje que a desistência do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB) de entrar na disputa eleitoral mostra que ele não tinha preparação para ingressar na vida política.

“Ele nem entrou. Isso mostra que ele não estava preparado para ser político”, disse Bolsonaro ao Estado.  “Gostaria que ele viesse candidato. Seria bom. Assim como eu, ele iria levar tiro de calibre .50 quando falasse ‘sou candidato’, porque, infelizmente, a nossa política é assim.”

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 Henrique Meirelles, do MDB, disse nesta terça, 8, respeitar a decisão de Barbosa, que nesta manhã desistiu de sair candidato pelo PSB: "O ex-ministro Joaquim Barbosa tomou uma decisão de cunho pessoal e eu respeito essa opção", declarou o ex-ministro da Fazenda.

Para Rodrigo Maia, do DEM, a candidatura de Joaquim Barbosa à Presidência "ajudava muito o debate".  Como ele não havia se posicionado do ponto de vista ideológico, era mais uma representação de algo de fora da política, vamos ver como fica", disse o presidente da Câmara. "A única coisa que eu sei é que fica tudo como estava. Nada mudou."

Outro presidenciável que comentou a desistência de Barbosa durante a FNP foi Guilherme Afif Domingos, do PSD.“Empobrece a disputa, era um quadro importante para esse processo”, disse Afif, que também afirmou que  a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , condenado na Operação Lava Jato, “embaralha bastante o jogo”.

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Respeito

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Manuela D'Ávila do PC do B disse que respeita a decisão do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa de desistir da candidatura. “É uma decisão que passa por questões pessoais”, afirmou.

Pré-candidato do PRB à Presidência da República, o empresário Flávio Rocha disse ao Estadão/Broadcast que pode herdarvotos que iriam para o ex-ministro Joaquim Barbosa (PSB).  "Os votos que iriam para elesão de eleitores que demandam mudança e renovação. Nosso projeto pode ser o escoadouro desses votos", disse Rocha.

O empresário também elogiou Barbosa: "Joaquim é uma das pessoas mais importantes da história recente do Brasil. Entendo os motivos dele desistir. Sei dos ataques que ele pode sofrer, como eu tenho sofrido em relação a minha família e religião".

Para o pré-candidato Álvaro Dias (PODE) ainda é difícil avaliar qual candidato ganha com a decisão de Barbosa de não entrar na disputa. Ele e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato do PSDB, que é aliado do PSB em São Paulo, sinalizaram para a possibilidade de que o ex-ministro possa colaborar em seus governos, citando especificamente projetos ligados a área de gestão pública.

Questionados sobre a possibilidade de o ex-presidente do STF vir a ocupar a vaga de vice em suas chamas, tanto Alckmin quanto Dias e Marina foram reticentes e destacaram a importância de respeitar a “decisão pessoal” de Barbosa.

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Barbosa, cogitado há alguns meses como pré-candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) à Presidência , confirmou nesta terça-feira, 8, que não concorrerá ao cargo. De acordo com ele, a decisão é "estritamente pessoal". Na mais recente pesquisa Datafolha, do mês passado, Barbosa aparecia bem posicionado, em torno dos 10% das intenções de voto, enquanto Alckmin tinha entre 7% e 8%. O anúncio foi feito pelo próprio ex-ministro em sua conta no Twitter. 

Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF. Foto: André Dusek/Estadão

Governo

Porta-voz do governo Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), avaliou como "sábia" a opção de Barbosa. "A decisão é sábia. O ministro tem suas qualidades, que são de conhecimento do povo brasileiro. Todavia, já havia colocado meu pensamento no sentido de que, para o exercício da Presidência da República, são necessárias algumas qualidades, que pelo menos o ministro ainda não havia demonstrado, principalmente articulação política e, digamos, até um conhecimento mais amplo das questões nacionais.", afirmou. 

O emedebista disse ainda que o presidente Michel Temer ainda não desistiu de ser candidato. "A candidatura do presidente ainda é uma possibilidade porque o governo vai se apresentar com um candidato do governo nas próximas eleições", declarou.