PUBLICIDADE

Por contrato, candidato já deveria ter pagado R$ 500 mil por bar

Por Alana Rizzo e BRASÍLIA
Atualização:

O candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) já deveria ter pago, em abril, uma parcela de R$ 500 mil pela sociedade em um bar em Brasília avaliado em R$ 4,2 milhões, segundo documentos da Junta Comercia do Distrito Federal. O Bar do Alemão, às margens do Lago Paranoá, tem inauguração programada para novembro.Russomanno, porém, ainda não gastou nada no empreendimento. Em entrevista ao Estado publicada ontem, ele disse que pagará sua cota de R$ 1,4 milhão - a maior da sociedade - trabalhando na administração do bar. Transformar-se em sócio do bar em Brasília dobrou o patrimônio de Russomanno, que hoje é de R$ 2,2 milhões, segundo declaração entregue por ele à Justiça Eleitoral neste ano. Pelo Código Civil, o sócio que não pagar por suas cotas pode ser afastado da sociedade. O primeiro secretário da Câmara dos Deputados, Eduardo Gomes (PSDB-TO), pai da principal sócia de Russomanno, disse não saber se o candidato colocou dinheiro no negócio. "Você tem que perguntar para ele. Isso não foi discutido. Não fui provocado sobre esse assunto", afirmou.Questionado sobre sua relação com os demais sócios, o parlamentar afirmou que os conhece "superficialmente". Gomes disse ainda que não faz a gerência do negócio e que a administração caberia ao candidato do PRB e a Hebert Steiner, responsável pelos restaurantes da rede Bar do Alemão em São Paulo. Com patrimônio declarado de R$ 481 mil, o tucano teria que investir R$ 1 milhão até maio. Contudo, ele disse "não se recordar" quanto já pagou. "Estou no Tocantins. Precisaria consultar meu contador." O Estado não conseguiu localizar os outros sócios: Angelo Daldegan de Oliveira, Herbert Steiner, Augusto Ribeiro de Mendonça e Edison Donizete Benette. Pelo contrato, Steiner tem R$ 642.860 do capital da empresa. O valor precisa ser incorporado em 60 meses. O restante do capital: R$ 2,5 milhões, deveria ser pago pelos outros sócios à razão de 16,67% ao mês, num prazo máximo de seis meses. De acordo com o registro da Junta Comercial, todos os sócios são obrigados a obedecer ao projeto apresentado pelos administradores. "Hebert Steiner e Celso Ubirajara Russomanno declararam ter vasto conhecimento tanto na área administrativa quanto na área operacional para a criação, o desenvolvimento e a execução da atividade comercial", disse Gomes. A assessoria de imprensa de Russomanno não respondeu aos questionamentos da reportagem ontem.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.