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População 'mais frágil' é prioridade, diz presidente

Por Wilson Tosta e RIO PARDO DE MINAS (MG)
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Sob vaias de funcionários em greve e aplausos do público, a presidente Dilma Rousseff (PT) defendeu veladamente, ontem, sua política de não ceder às reivindicações dos grevistas do serviço público. "Este é um país que tem de ser feito para a maioria de seus habitantes. Não pode ser só para uma parte deles. Tem de olhar o que é mais importante para o País atender", disse ela, em discurso durante a solenidade de ampliação do Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal para a população mais pobre, em palanque no centro de Rio Pardo de Minas, no norte mineiro. Enquanto cerca de 40 servidores gritavam "A greve continua, Dilma, a culpa é sua", a presidente afirmou que sua prioridade para enfrentar as consequências da crise financeira será dirigir recursos públicos para manter empregos no setor privado. "Hoje, estamos enfrentando uma crise no mundo. O Brasil sabe que pode e vai enfrentar a crise e passar por cima dela, assegurando empregos a todos os brasileiros. O que o governo vai fazer é assegurar empregos para aquela parte da população que é mais frágil, que não tem direito à estabilidade. Que sofre porque pode ser muitas vezes desempregada. Não queremos isso. Queremos todos os brasileiros empregados, recebendo seus salários e recebendo serviços públicos de qualidade."Impedidos de entrar na área reservada para o público portando faixas ou com camisetas alusivas ao movimento grevista, os manifestantes apelaram para a discrição. Entraram sem alarde, se agruparam à esquerda do palco e, quando Dilma iniciou seu discurso, começaram a gritar as palavras de ordem. Seguravam cartazes de papel, improvisados com tinta hidrocor, que tinham trazido escondidos. Ao fim do discurso, de dez minutos, a presidente encerrou com um agradecimento irônico. "Queria dizer a vocês que me orgulho, como Juscelino (Kubitschek), porque vejam, dois presidentes mineiros, o Juscelino e eu, de ter estado aqui nesta cidade. Não vou esquecer vocês, não vou esquecer esta recepção. E sobretudo quero dizer que fico sempre muito feliz de ver esta forma tão amigável como Minas recebe a gente."

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