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Pimentel viaja com segurança de estar blindado

Dilma aciona líderes para evitar convocação pelo Congresso de seu ministro, que irá a Genebra; ele é suspeito de tráfico de influência em consultoria

Por Tania Monteiro , Rafael Moraes Moura e BRASÍLIA
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff orientou ontem a base aliada a impedir qualquer convocação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. A ordem, transmitida aos integrantes da coordenação política, busca preservar um dos ministros mais próximos de Dilma. O Planalto também conta com a ajuda do calendário natalino para abafar o caso. Para o Planalto, o assunto está encerrado, já que Dilma entende que ele deu todas as explicações que eram necessárias e classificou-as como satisfatórias. O governo faz questão de destacar também que as "ilações" contra Pimentel se referem a um tempo que ele nem estava no governo. Pimentel estava com passagem marcada, na noite de ontem, para embarcar para Genebra onde participa da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). A presidente o orientou a viajar tranquilo, assegurando-lhe que as lideranças partidárias garantiram que não haveria risco de ele ser convocado pelo Congresso para dar explicações. A presidente lhe recomendou que resistisse, lembrando que ela mesma foi alvo de diferentes ataques e "sobreviveu". O governo conta com o recesso parlamentar para que o assunto caia no esquecimento. Acusações. O ministro vem sendo alvo de acusações de tráfico de influência nas atividades de consultoria exercidas por sua empresa, a P-21. O caso tem sido comparado ao de Antonio Palocci, que saiu da Casa Civil após informações sobre sua evolução patrimonial e suas atividades de consultor. Ontem, coube à ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sair em defesa de Pimentel. "Olha, temos em primeiro lugar, o apoio da presidenta", afirmou, depois de lembrar que Pimentel acompanhou Dilma em viagem na Argentina. "A impressão que temos é que as explicações (de Pimentel) têm sido satisfatórias, não havendo necessidade de levar o assunto ao Congresso." Ideli disse ainda que era "importante realçar que ele não estava exercendo nenhum cargo público quando exerceu o seu trabalho de economista, prestando consultorias".

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