PF prende irmão de PC Farias por crime eleitoral em Alagoas

Rogério Farias é prefeito reeleito em Porto de Pedras; ele é acusado de fraudar as eleições e pode ser cassado

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Por Ricardo Rodrigues e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A Polícia Federal de Alagoas deflagrou na manhã desta quarta-feira, 15, a Operação Voto Nulo. Cerca de 80 homens da PF cumprem seis mandados de prisão e 20 de busca e apreensão nos municípios de Maceió, Barra de Santo Antônio e Porto de Pedras. Entre os presos, está o prefeito Rogério Farias (PPS), irmão de PC Farias, do município de Porto de Pedras, a 100 quilômetros de Maceió. Reeleito no último dia 5, ele é acusado de fraude eleitoral e deve ter o mandato cassado. PC Farias, morto em 2006, era tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor de Mello(PTB). A prisão do prefeito foi confirmada pela PF. Segundo o superintendente substituto da Polícia Federal em Alagoas, delegado Nilton Ribeiro, o prefeito deve ficar preso na carceragem da PF, no bairro de Jaraguá, depois de passar por exame de corpo delito no Instituto Médico Legal de Maceió (IML). De acordo com Ribeiro, a operação teve como alvo o reduto eleitoral de Rogério Farias. Ribeiro informou ainda que as ordens de prisão foram expedidas pela Justiça Eleitoral, depois de comprovado o alistamento fraudulento de eleitores em Porto de Pedras e Barra de Santo Antônio, onde a mulher de Rogério, Rume Farias (PPS), é prefeita e foi candidata à reeleição nas eleições de 5 de outubro. A PF também está à procura do juiz estadual Rivoldo Sarmento, além de vereadores, cabos eleitorais e pessoas que trabalharam para Rogério Farias, transportando eleitores de Maceió para Porto de Pedras, no dia do pleito. "Na casa do juiz, nossos agentes estiveram acompanhados por outros dois magistrados", afirmou Ribeiro, no início da manhã. Ainda não havia confirmação da prisão do juiz, que também deve ficar preso na carceragem da PF, depois de fazer exame de corpo delito. No dia dos eleições, seis homens e quatro mulheres foram detidos quando embarcavam com destino a Barra de Santo Antônio e Porto de Pedras, que ficam no litoral Sul de Alagoas. Com eles, foram apreendidas 83 carteiras de identidades falsas. Segundo a PF, o crime eleitoral teria sido praticado para beneficiar as candidaturas de Rogério e Rume Farias, além de vereadores ligados a eles, nos dois municípios. O prefeito negou as acusações, mas a PF diz ter provas suficientes para cassar o mandato dele e da mulher, Rume Farias.

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