04 de maio de 2013 | 02h05
"Tentaram usar o episódio do mensalão para acabar com o PT e, obviamente, acabar com o meu governo. Na época, tinha gente que dizia: 'O PT morreu, o PT acabou'. Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles", diz o ex-presidente no livro 10 Anos de Governos Pós-Neoliberais: Lula e Dilma. "O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou lideranças, não promoveu lideranças. Isso deve aumentar a bronca que eles têm da gente - que, aliás, não é recíproca."
Era a segunda citação de Lula ao escândalo de 2005. Na primeira vez que menciona o episódio, ele se refere apenas à "denúncia" e descreve como era a "sala de situação" para lidar com o caso. "Quando saiu a denúncia, foi uma situação muito delicada", recorda. "Eu tinha uma equipe e criamos uma sala de situação, da qual participavam Dilma (Rousseff, que foi titular de Minas e Energia e da Casa Civil no governo Lula), Ciro (Gomes, então ministro da Integração Nacional), Gilberto (Carvalho, então chefe de gabinete de Lula) e Márcio (Thomaz Bastos, da Justiça)."
Em outra menção a FHC, Lula cita o escândalo da emenda da reeleição. Ao recordar os primórdios do PT, o ex-presidente conta ter ido ao Acre "para convencer o Chico Mendes a entrar no PT, para convencer o João Maia - aquele que recebeu dinheiro para votar na eleição do Fernando Henrique Cardoso e era advogado da Contag - a entrar no PT".
Em 1997, Maia foi expulso do PFL (hoje DEM) e renunciou ao mandato após ser acusado de vender seu voto. No livro A Arte da Política - A História que Vivi, FHC não descarta que os deputados do Acre tenham sido comprados, mas diz que havia governadores e prefeitos interessados na aprovação e nega envolvimento do governo federal. / I.P.
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