Pesquisa Ibope: Sob ataque, Bolsonaro estaciona em 28%; Haddad vai a 22%

Levantamento mostra que candidato do PSL parou de crescer, enquanto postulante petista, seu principal adversário, subiu mais três pontos porcentuais nas intenções de voto

PUBLICIDADE

Por Daniel Bramatti e
Atualização:

A pouco menos de duas semanas das eleições 2018, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, parou de crescer e se manteve com 28% das intenções de voto, enquanto seu principal adversário, Fernando Haddad (PT), subiu mais três pontos porcentuais e chegou a 22%. Os dados são de pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta segunda-feira, 24.

Os 13 candidatos à Presidência da República. Foto: Infográfico

PUBLICIDADE

A estabilização de Bolsonaro ocorre em um momento em que se intensificam os ataques de adversários, principalmente de Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT). 

Desde o dia 11 de setembro, data em que Haddad foi oficializado como candidato do PT, a vantagem do líder na corrida presidencial sobre ele caiu de 18 pontos porcentuais para 6. O petista é agora o único presidenciável que apresenta tendência de alta em toda a série de cinco pesquisas Ibope divulgadas desde 20 de agosto.

Além de se aproximar do líder, Haddad ampliou a vantagem sobre Ciro, o terceiro colocado, de 8 para 11 pontos porcentuais. O pedetista tem 11% das preferências, mesma taxa da pesquisa anterior do Ibope, divulgada na terça-feira da semana passada, 18.

Alckmin oscilou um ponto para cima, de 7% para 8%. Marina passou de 6% para 5%, mantendo a trajetória de queda iniciada no início do mês, quando chegou a ter 12%.

Depois de uma trégua e de aumento de visibilidade causados pela facada de que foi vítima, em 6 de setembro, o candidato do PSL voltou a ser atacado por adversários em eventos de campanha e na propaganda eleitoral. Bolsonaro também é alvo de movimentos nas redes sociais. 

Na semana passada, o tucano usou seu programa eleitoral para acusar Bolsonaro de planejar “um tiro” na classe média e nos pobres referência à proposta de recriação da CPMF para tributar operações financeiras. A medida foi cogitada por Paulo Guedes, principal assessor econômico do candidato do PSL, em um encontro com investidores. Alckmin também associou a polarização entre PT e Bolsonaro ao “risco de o Brasil se tornar uma Venezuela”. Ciro Gomes, em evento de campanha em Goiânia, chamou o líder das pesquisas de “nazista”.

Publicidade

Bolsonaro está na frente em todas as regiões do País, exceto no Nordeste

Bolsonaro está na frente em todas as regiões do país, com exceção do Nordeste, onde Haddad tem o dobro de sua taxa de intenção de votos (34% a 17%). Em termos geográficos, a principal mudança em relação à pesquisa anterior aconteceu na região Sul, onde o petista subiu de 11% para 19%, enquanto seu principal adversário caiu de 38% para 30%.

A rejeição a Bolsonaro passou de 42% para 46% em uma semana. A seguir no ranking da rejeição–parcela do eleitorado que diz não votar no candidato de jeito nenhum–aparecem Haddad (30%), Marina (25%), Alckmin (20%) e Ciro (18%).

Ouça o podcast ‘Conexão Estadão’: Haddad cresce 3% e se aproxima de Bolsonaro

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

A pesquisa capta os efeitos de três semanas de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Também registra os efeitos de quase duas semanas da troca de Luiz Inácio Lula da Silva por Fernando Haddad na cabeça da chapa petista. A candidatura de Lula foi indeferida pela Justiça Eleitoral, com base na Lei da Ficha Limpa, já que ele foi condenado em duas instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro.

O Ibope foi às ruas entre os dias 22 e 23 de setembro. Foram entrevistadas 2.506 pessoas em 178 municípios. A margem de erro estimada é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que há 95% de chance de osresultados refletirem o atual momento eleitoral. A pesquisa foi contratada pelo Estado e pela TV Globo. O registro no Tribunal Superior Eleitoral foi feito sob o protocolo BR‐06630/2018. /COLABORARAM CAIO SARTORI, ALESSANDRA MONNERAT e LUIZ FERNANDO TOLEDO