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Perillo sugere Meirelles como vice de Alckmin; ex-ministro rejeita

Ao 'Estado', ex-ministro da Fazenda sugeriu que o PSDB pode apoiá-lo no segundo turno das eleições 2018

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Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - Coordenador da pré-campanha do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin à Presidência da República nas eleições 2018, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo sugeriu nesta segunda-feira, 2, uma aliança com o MDB para que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles dispute a eleição como candidato a vice-presidente na chapa do tucano. Ao Estado, Meirelles rejeitou a proposta e sugeriu que o PSDB pode apoiá-lo no segundo turno.

Na última pesquisa CNI/Ibope, Alckmin tem 6% das intenções de voto em cenários sem a participação do ex-presidente Lula. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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"O momento agora é de um líder democrático como o Alckmin e seu partido, PSDB, mais as lideranças políticas e um expressivo representante de mercado com vivência e experiência política como é Henrique Meirelles", disse Perillo durante palestra a investidores do mercado financeiro na sede da XP Investimentos, em São Paulo.

A declaração foi o primeiro aceno explícito da campanha tucana a Meirelles e ao MDB depois da chegada de Perillo ao comando político da pré-campanha de Alckmin. O ex-governador paulista, porém, tem reiterado que não fará defesa do governo Michel Temer - um requisito do Planalto.

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Perillo afirmou que um acordo entre Alckmin e Meirelles seria uma "inovação" e que ambos poderiam ser "os fiadores e comandantes de uma nova aliança que garanta desenvolvimento, crescimento econômico e o resgate do nosso Estado de Direito democrático". Ele também avaliou que PSDB e PT devem retomar a polarização ao longo da campanha. Perillo citou também a aliança costurada em 2002 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso pela Operação Lava Jato, que levou o empresário José Alencar à vice (PL, atual PR). O tucano disse que Lula conseguiu "acalmar os ânimos do mercado" e "comandar um voo seguro para uma rota de desenvolvimento que durou até 2010".

MDB

Meirelles disse não ter sido procurado para conversas recentes pelos tucanos - e negou também ter buscado interlocução com Alckmin e aliados. Ele rechaçou a possibilidade de ingressar como vice na chapa do tucano, quando questionado sobre a proposta de Perillo. "Teremos grande satisfação em receber o apoio do PSDB no segundo turno da eleição", disse o ex-ministro, que foi filiado ao PSDB.

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Meirelles ainda enfrenta resistências no MDB para confirmar seu nome como candidato ao Planalto. Ele tem feito um périplo a diretórios regionais do partido. Nesta terça-feira, 3, a executiva do MDB se reúne em Brasília para discutir, oficialmente, a divisão dos recursos públicos do Fundo Eleitoral recebidos pela sigla - R$ 234 milhões. A cúpula do MDB trabalha com a previsão de que Meirelles poderá financiar a própria campanha. Os emedebistas dizem que não vão debater sobre a manutenção da pré-candidatura de Meirelles à Presidência da República.

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Numa resposta pública à movimentação de Perillo, o senador Romero Jucá (MDB-RR), presidente do partido, respondeu pelas redes sociais que o espaço de vice na chapa de Meirelles está aberto a composições com partidos de Centro. "O MDB continua firme com a candidatura de Henrique Meireles. O espaço de vice na chapa está aberto a entendimentos com o centro", escreveu Jucá.

Na última pesquisa CNI/Ibope, divulgada na quinta-feira, dia 28, Alckmin tem 6% das intenções de voto, ante 1% de Meirelles, em cenários sem a participação do ex-presidente Lula. Quando incluído, o petista lidera as sondagens com 33%, contra 4% do tucano - o emedebista não atinge 1%.