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Paulinho ataca PT e escancara mal-estar

Um dos principais líderes do PDT, deputado diz que seu partido, aliado da presidente Dilma, pode virar as costas aos petistas em SP

Foto do author Vera Rosa
Por Vera Rosa e BRASÍLIA
Atualização:

As relações entre o PT e o PDT azedaram de vez. Um dia depois de o presidente do PT, Rui Falcão, afirmar que há "aparelhamento" do Ministério do Trabalho, comandado por Carlos Lupi, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) não escondeu o incômodo e partiu para o contra-ataque. "O PT quer tirar o Lupi a fórceps", disse ele. Presidente da Força Sindical, Paulinho, como é conhecido, lembrou que o PDT foi o primeiro partido aliado a apoiar Dilma Rousseff na disputa pela Presidência, no ano passado. Sugeriu, porém, que seu partido pode virar as costas para o PT na eleição para a Prefeitura de São Paulo. "Estamos a dez meses das próximas eleições. Será que Rui Falcão já está desprezando o eventual apoio da central e do partido em São Paulo?", provocou o deputado, que pode concorrer à sucessão do prefeito Gilberto Kassab, numa referência à candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. Na entrevista ao Estado, publicada ontem, Falcão disse que não deveria haver representação das centrais sindicais nas delegacias regionais do Trabalho. Foi mais longe: criticou a concessão de cartas sindicais "sem critério" e defendeu o fim do imposto sindical. Nos últimos dias, o ministério dirigido por Lupi - que é presidente licenciado do PDT - foi alvo de denúncias envolvendo pagamento de propina para obtenção de registros sindicais. "O presidente do PT, ao primeiro sinal de água, está se curvando ao denuncismo sem provas e deixando o ministro do Trabalho na chuva, e sem guarda-chuva", insistiu Paulinho. Pelas contas de Falcão, filiados ao PDT ocupam 20 das 27 delegacias regionais do Trabalho. Disse, porém, não estar reivindicando cargo para os petistas. "Mesmo que fosse o PT no ministério não deveria haver uma ocupação partidarizada das delegacias do Trabalho, nem pelo partido nem pela CUT, e muito menos essa política de proliferação de cartas sindicais", argumentou Falcão. Furioso, o presidente da Força Sindical afirmou que foi o PT quem montou uma república de sindicalistas na Esplanada. "Nas gestões dos ministros Jaques Wagner, Berzoini e Marinho todas as secretarias e diretorias do Ministério do Trabalho eram ocupadas por sindicalistas e economistas da CUT", insistiu Paulinho. Wagner ( governador da Bahia), Marinho (prefeito de São Bernardo do Campo) e Berzoini, atualmente deputado, foram ministros do Trabalho de Lula.

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