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Partido tenta deixar mensalão fora de festa

Presidente do PT diz que só Lula, Dilma e ministros vão estar no palco em evento hoje

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Foto do author Vera Rosa
Por Tania Monteiro e Vera Rosa
Atualização:

Atualizada às 9h01

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BRASÍLIA - O PT pretende não transformar o ato político desta quarta-feira, 20, programado para comemorar os 10 anos do partido à frente do governo, num desagravo aos réus do mensalão. A polêmica sobre o assunto foi arquivada depois que os petistas resolveram "vender" as realizações dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, com o objetivo de se contrapor aos tucanos. Mesmo sem citar o mensalão, o PT avalia que a estratégia servirá para a defesa de Lula, alvo de sucessivos ataques por parte do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O presidente do PT, Rui Falcão, disse nessa terça-feira, 19, que petistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão, como o ex-ministro José Dirceu, não estarão hoje no palco da comemoração dos 10 anos de governo petista, ao lado de Dilma e Lula. "O palco é pequeno", justificou Falcão, ao negar a intenção de evitar constrangimentos para o governo. "No palco só estarão os ministros, os representantes dos partidos aliados, Paulo Okamoto, que é presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann, da Fundação Perseu Abramo, eu, a presidenta e Lula", avisou. Ex-presidente do PT, condenado pelo STF a dez anos e dez meses de prisão, e apontado como chefe de quadrilha, Dirceu ficará entre os demais convidados. Falcão afirmou, ainda, que o PT não usará o ato político para lançar a candidatura de Dilma à reeleição, em 2014. "Ela é o nosso nome e será homologada no devido momento, no encontro do partido convocado para este fim", avisou o deputado. Sabe-se, porém, que militantes vão ovacionar Lula e puxar o coro do segundo mandato. Ao ser indagado sobre por que o mensalão não foi incluído no balanço do PT, Falcão disse que ainda há recursos em andamento e atacou a oposição. "Nós também não fizemos menção à compra de votos no governo Fernando Henrique. Não falamos do mensalão do PSDB de Minas. No meu discurso, vou fazer um balanço político falando do ponto principal, que nos distingue dos antecessores, que é o fortalecimento da democracia e a colocação do povo como protagonista dessas mudanças", comentou. Ele disse esperar que, com os recursos impetrados, o STF possa fazer uma "reflexão mais ampla" sobre as penas dos petistas. Além de Dirceu, foram condenados os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (PT) e o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. No ato desta quarta-feira, os petistas vão distribuir uma cartilha de 15 páginas, com muitos gráficos, intitulada O decênio que mudou o Brasil. Nela, fazem uma comparação entre os dez anos de governo do PT, que chamam de desenvolvimentista, e os oito de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que definiram como neoliberais. A cartilha diz que "o desastre do neoliberalismo é contundente" e ensaia o discurso do PT para as eleições de 2014. COLABOROU FERNANDO GALLO

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