Parlamentares citados negam envolvimento com Máfia do Asfalto

Políticos que apareceram nas planilhas apreendidas pelo MP negam qualquer benefício do empreiteiro Scamatti

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Por Ricardo Chapola e Fausto Macedo
Atualização:

A maioria dos parlamentares citados em segunda planilha obtida pelo Ministério Público voltou a negar relação com os integrantes da Máfia do Asfalto. A reportagem conseguiu contato com 9 dos 14 parlamentares cujos nomes aparecem na contabilidade do empreiteiro Olivio Scamatti, da Demop. Os deputados Devanir Ribeiro (PT), Cândido Vaccarezza, Otoniel Lima (PRB), Roque Barbiere (PTB) e Gilmaci Santos (PRB) não foram localizados. O deputado estadual Itamar Borges (PMDB), cujo nome aparece ao lado da quantia R$ 247 mil, afirmou que nunca negociou com o Grupo Demop."O parlamentar nunca recebeu qualquer tipo de doação ou benefício em troca de emendas parlamentares de quem quer que seja e jamais fez qualquer tipo de negociação com os empresários envolvidos na investigação", disse Itamar, por meio de sua assessoria de imprensa. Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara, também é citado no documento. "É uma vigorosa mentira", reagiu enfaticamente o petista, cujo nome aparece ao lado da quantia R$ 40 mil na lista de Scamatti. "O MP tem o dever de apurar corretamente todos os fatos", disse o deputado. Outro parlamentar mencionado na tabela é Geraldo Vinholi (PSDB), prefeito de Catanduva. A planilha apreendida na residência de Scamatti indica valor global de R$ 105 mil ao lado do nome do tucano. Por meio de sua assessoria, Vinholi "nega com veemência" a inclusão de seu nome na lista. "Geraldo Vinholi não tem qualquer envolvimento ou contato com os empreiteiros em questão e repudia com veemência a inclusão de seu nome", diz, por meio de nota. João Antonio, hoje secretário de Relações Governamentais do governo de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo, disse que nem sequer assinou emendas durante o período citado nos documentos do MP. Na planilha de Scamatti, o nome de João Antonio aparece ao lado da quantia "R$ 100 mil". "O deputado estadual licenciado João Antonio não assinou emendas ao orçamento de 2011. Ele não destinou quaisquer recursos para prefeituras que eventualmente assinaram contratos com o grupo investigado", afirmou ele através da assessoria. José Mentor, deputado federal do PT, também disse que não fez emendas com o grupo Demop. Na planilha do empreiteiro, que o Ministério Público juntou aos autos da Operação Fratelli, Mentor aparece ao lado da quantia de R$ 25 mil entre 2011 e 2012. O deputado Enio Tatto (PT) afirmou que não conhece Scamatti e repudiou envolvimento no caso. "Eu não conheço essa turma. Não tenho relação nenhuma. Eu jamais teria. É só ver a minha atuação na Assembleia. Eu até pedi para abrir CPI", disse o parlamentar. O nome de Tatto aparece no documento apreendido ao lado da quantia "R$ 85 mil". Os deputados Jefferson Campos (PSD) e Carlos Cezar (PSB) não comentaram as informações contidas no documento. O deputado Cândido Vacarezza (PT/SP) negou, quando a Operação Fratelli foi desencadeada, relações com os episódios envolvendo Scamatti.O criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende Scamatti, rechaça as suspeitas sobre o empreiteiro.

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