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ParaTapajós, campanha com Duda atrapalhou

Por BELÉM
Atualização:

Diante da iminente derrota no plebiscito de hoje, líderes do grupo que pretende criar o Estado de Tapajós, no oeste do Pará, já se arrependem de ter feito uma campanha unificada com os separatistas de Carajás, cujo comando ficou nas mãos do marqueteiro Duda Mendonça."O sentimento que nos move não é o mesmo, mas o pessoal de Belém nos julga da mesma forma, eles nos enxergam como traidores", disse ao Estado a prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT), uma das coordenadoras da frente pró-Tapajós.Para a prefeita e outros integrantes do grupo separatista, os moradores da região metropolitana de Belém - a área que concentra mais eleitores - resistem à divisão do Estado principalmente porque temem perder as riquezas minerais de Carajás, área onde a Vale explora ferro, manganês, bauxita e outros recursos."Não havia grande rejeição à ideia de Tapajós no eleitorado metropolitano. A campanha unificada nos prejudicou, e vamos pagar um preço alto por isso", disse Maria do Carmo.Diferenças. "A propaganda sufocou as diferenças entre nós e o pessoal de Carajás", afirmou o professor Edivaldo Bernardo, que fundou há oito anos o Instituto Cidadão Pró-Estado de Tapajós e trabalhou na mobilização de políticos, artistas e acadêmicos em torno da causa. "Nossa luta tem mais de 150 anos, temos muito mais legitimidade para pleitear a autonomia."Bernardo reconhece que a campanha de Tapajós ficou a reboque da de Carajás. "Não conseguimos mostrar as razões de nosso movimento aos irmãos de Belém. Eles agora acham que somos bandidos, que queremos tirar as riquezas deles."O motivo da campanha unificada foi econômico. "Nós não teríamos condições de bancar o marketing televisivo", relatou a prefeita Maria do Carmo. "Mais de 80% das doações de empresas vieram de Carajás. É lá que está o poder econômico."Para Bernardo, uma campanha televisiva que fosse bancada apenas por contribuições de eleitores da região de Tapajós "não teria a mesma qualidade estética" em comparação com a produzida por Duda Mendonça. "Mas poderíamos ter contado melhor a nossa história." / D. B.

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