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Para PT e PSDB, oferta de Kassab a Lula é blefe

Prefeito ofereceu ao ex-presidente a indicação do vice de Haddad, mas ação foi interpretada como pressão pela manutenção da aliança com PSDB

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Por Redação
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A proposta de uma aliança na eleição para a Prefeitura de São Paulo feita pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebida com desconfiança no PT e no PSDB.Segundo a coluna Radar da revista Veja deste final de semana, no encontro que Kassab teve com Lula, na quarta-feira passada, o prefeito discutiu a possibilidade de apoiar a candidatura de Fernando Haddad, do PT, em troca da indicação do candidato a vice. Como Kassab pressiona o PSDB para que o partido apoie o PSD na eleição municipal, a conversa com Lula - e a divulgação do seu conteúdo - foram interpretadas como pressão do prefeito sobre os aliados tucanos.No ano passado, Kassab propôs ao PSDB uma aliança pela qual ele indicaria o candidato a prefeito - o vice-governador Guilherme Afif Domingos - em troca do apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin em 2014. A proposta esbarrou na resistência de Alckmin e o PSDB postergou o debate sobre a aliança, apesar de o prefeito pressionar por uma posição ainda este mês.O encontro com Lula foi interpretado, entre líderes petistas, como parte dessa pressão. Eles acham difícil que uma proposta de aliança passe no PT municipal, mesmo que o vice do PSD seja o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que tem relação de proximidade com Lula. Segundo assessores, Haddad, que deixa o MEC no dia 16, não ouviu de Lula nenhum comentário sobre a proposta."A intenção do Kassab é indicar um candidato dele", disse o vereador Chico Macena, secretário de Comunicação do PT paulistano. "É um erro imenso o PT entrar neste debate. Isso é especulação", avaliou o presidente do PT paulista, Edinho Silva. Em seu blog, o ex-ministro José Dirceu escreveu, ontem, que a proposta de Kassab "é um retrato do isolamento e da confusão em que vive a oposição tucana".Tucanos. Na negociação com o PSDB, o prefeito disse que abriria mão da cabeça de chapa se o candidato fosse o ex-governador José Serra. Mas, no momento em que precisa fortalecer o PSD, os tucanos avaliam que ele prefere candidatura própria para formar sua bancada de vereadores. "Kassab já nos disse que precisa ter a cabeça de chapa para defender sua administração. O aceno para o PT faz parte do jogo dele", afirmou um tucano. O presidente do PSDB municipal, Julio Semeghini, avisou porém que o partido insistirá na aliança com o PSD. "Não vamos abrir mão do Kassab", disse o deputado Ricardo Tripoli, um dos pré-candidatos a prefeito do PSDB./ JULIA DUAILIBI, DAIENE CARDOSO e LISANDRA PARAGUASSÚ

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