
26 de março de 2018 | 17h20
PORTO ALEGRE - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, esquivou-se a todo o momento nesta segunda-feira, 26, de fazer uma avaliação política do impacto nas eleições de outubro da decisão do TRF-4 que confirmou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que é preciso ficar claro se a decisão do TRF-4 terá consequências na elegibilidade de Lula com a Lei da Ficha Limpa. Meirelles disse apenas que Lula é candidato. Questionado sobre o que gostaria de ver Lula fazendo caso ele, Meirelles, fosse eleito presidente da República, o ministro afirmou que gostaria que Lula estivesse brindando com amigos a democracia.
+ Veja sessão do Tribunal da Lava Jato que condenou Lula
Durante o evento em que Meirelles participou na capital gaúcha, os participantes aplaudiram a confirmação da condenação de Lula, mas Meirelles foi discreto. Ele respondeu várias perguntas sobre a sua candidatura, mas disse que, no momento, não chegou à decisão final com o MDB. "No momento em que eu tomar a decisão, eu anuncio", disse. "Presidência não é questão de desejo, é de oportunidade."
Meirelles disse que o MDB tem tamanho e história para ter uma candidatura própria à presidência e disse que seu partido, o PSD, já indicou que não terá uma candidatura própria. Sobre aceitar ser candidato a vice, Meirelles respondeu: "Meu projeto é ser ou não ser candidato à presidência".
+ ‘Princípio Lula’ leva Justiça a soltar acusado de roubo em Brasília
O ministro disse que o importante é que a população estará olhando emprego, inflação baixa e segurança. Ele mais uma vez voltou a dizer que o Brasil já experimentou más soluções que deram errado, como excesso de gastos.
Ele também defendeu a decisão do governo para que todas as nomeações para dirigentes de bancos públicos passem pelo crivo do Banco Central. Segundo Meirelles, essa é uma medida importante. Ao ser questionado sobre se os escândalos de corrupção na Caixa teriam sido evitados caso essa medida já tivesse sido tomada, Meirelles preferiu sair pela tangente reforçando a decisão da Caixa de mudar o seu estatuto e trazer regras mais rígidas para a escolha dos seus executivos.
Intervenção - Meirelles defendeu a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro e disse, inclusive, que participou da decisão. Segundo o ministro, após a intervenção, que ele espera que acabe ainda em 2018, a reforma da previdência será aprovada.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.