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Para Lupi, do PDT, nome do PSB pode ser 'opção à esquerda'

Reeleito para comandar partido, ele não garante apoio à reeleição de Dilma, mesmo após troca de ministro do Trabalho

Por Eduardo Bresciani e BRASÍLIA
Atualização:

Após retomar o comando da pasta do Trabalho com a indicação de Manoel Dias, o ex-ministro Carlos Lupi foi eleito ontem para mais um mandato à frente da presidência da PDT. A reconciliação com a presidente Dilma Rousseff, porém, não é definitiva e o ex-ministro não descarta um nome próprio do partido na disputa em 2014 ou um apoio ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), visto por ele como uma alternativa à esquerda no cenário político. "A candidatura própria mobiliza muito a militância, e nós temos claro que jamais podemos apoiar qualquer movimento à direita do governo atual. Nós temos uma aliança hoje, vamos discutir com os Estados, e o diretório nacional vai decidir entre uma candidatura própria ou o apoio à presidente Dilma ou ao governador Eduardo Campos, que pode representar uma alternativa à esquerda", disse Lupi ao Estado. A eleição de Lupi foi por aclamação. Brizola Neto, demitido na semana passada para dar lugar a Manoel Dias, desistiu de enfrentá-lo e nem sequer compareceu à convenção, realizada em Luziânia (GO). No cargo desde 2004, Lupi diz que os adversários dentro do PDT serão tratados com "amor" e prometeu fazer um amplo debate sobre o caminho do partido para a próxima eleição presidencial. Demitido em 2012 no processo conhecido como "faxina", o presidente do PDT afirmou que o movimento feito pela presidente - devolver o ministério ao seu grupo - auxilia uma negociação para 2014, mas que a decisão não será tomada com base em cargos."Nós apoiamos a Dilma em 2010 antes do próprio PT. Depois tivemos um momento de dificuldade e um ministro (Brizola Neto) que não representava nossa bancada e nosso partido. Agora temos o Manoel Dias, que é um homem de partido, amigo, leal, mas nós achamos que cargo é encargo, é missão, e não é isso que vai decidir nossa posição", disse Lupi.Divergências. O PDT tem hoje 26 deputados e quatro senadores. Além do grupo de Brizola Neto, há outras divergências internas. O deputado Paulinho Pereira da Silva (SP), da Força Sindical, trabalha para a fundação de uma nova legenda para ampliar a representação política da central que comanda. O deputado José Antônio Reguffe (DF), por sua vez, tem auxiliado a ex-senadora Marina Silva na coleta de assinaturas para a formação de um novo partido, a Rede, apesar de não garantir o ingresso na legenda.

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