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Padilha: Ex-ministro tenta entrar no jogo

Por Valmar Hupsel Filho
Atualização:

Dos principais candidatos ao governo de São Paulo, o médico infectologista Alexandre Rocha dos Santos Padilha, de 42 anos, é o que tem pela frente o maior caminho a percorrer. Em sua primeira candidatura, ele é menos conhecido pelos eleitores que seus concorrentes diretos, que estão à frente nas pesquisas e terão mais tempo de TV no horário eleitoral. 

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Por isso, sempre que pode, Padilha conta a história de que aprendeu ainda criança o que era política. Nos primeiros oito anos só se comunicava por escrito com seu pai, o cientista social Anivaldo Padilha, militante exilado, que foi perseguido e torturado pela ditadura. Sua mãe, a médica Leia Rocha também foi perseguida pelos militares. 

O ingresso na política estudantil se deu já no primeiro ano do curso de medicina na Unicamp. Filiou-se ao PT em 1989 e durante todo o período universitário revezou-se entre os estudos e a política estudantil. Durante a especialização, atuou com comunidades indígenas no Pará. 

Em 2005, no governo Lula, atuou na secretaria de Relações Institucionais, primeiro como chefe de gabinete e depois como subchefe de Assuntos Federativos, quando participou da articulação política entre o governo e prefeitos, deputados e vereadores. Em 2009 foi nomeado ministro da pasta. Já no governo Dilma, em 2010, acabou no Ministério da Saúde. Ficou no cargo até janeiro de 2014, quando deixou o posto para concorrer ao governo de São Paulo. 

É de sua passagem pelo Ministério da Saúde que vêm sua maior bandeira e sua maior fragilidade. O programa Mais Médicos, que propõe a contratação de profissionais em vagas não ocupadas por profissionais brasileiros para trabalharem em áreas remotas do País, implantado sob sua gestão, recebeu críticas de entidades de classe, mas é aprovado pela população.

Dias antes de deixar a pasta, Padilha assinou convênio de R$ 199,8 mil do ministério com uma entidade que tem seu pai como sócio-fundador, a ONG Koinonia-Presença Ecumênica. Ele defendeu a legalidade do convênio, mas, por cautela, decidiu cancelá-lo e assim evitar cobranças e polêmicas. 

Investigação. Em abril, Padilha viu seu nome envolvido nas investigações da Operação Lava Jato, que apura esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Relatório da Polícia Federal afirma que o deputado André Vargas (ex-petista, hoje sem partido) sugeriu que o então ministro da Saúde teria indicado um ex-assessor da pasta para trabalhar no Labogen, o laboratório controlado pelo doleiro Alberto Youssef, preso na operação. Padilha, que não é investigado na operação, negou a indicação e ameaçou processar Vargas. Vargas creditou a afirmação a uma “interpretação apressada” do relatório da PF. 

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Ainda na pré-campanha, Padilha sofreu importante revés em sua intenção de se tornar conhecido no interior do Estado. A caravana Horizonte Paulista, organizada pelo PT, foi considerada propaganda antecipada pela Justiça Eleitoral, que aplicou multa de R$ 750 mil. O partido recorreu. 

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