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Oposição quer checar atrasos na transposição

Deputados planejam viajar a trechos do São Francisco e fiscalizar obra que tem vários trechos paralisados, como revelou o 'Estado'

Por Eduardo Bresciani e BRASÍLIA
Atualização:

A oposição quer convocar o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para dar explicações na Câmara dos Deputados sobre o abandono de obras da transposição do Rio São Francisco. Reportagem do Estado publicada no domingo mostrou que construtoras abandonaram o empreendimento e que parte da construção começa a se deteriorar com rachaduras e obras abandonadas pela metade. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou ainda prejuízo de R$ 8,6 milhões nas obras do eixo leste, que vai de Floresta (PE) a Monteiro (PB). O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), e o presidente do PPS, Roberto Freire (SP), vão apresentar requerimentos na comissão de Fiscalização e Controle pedindo a convocação do ministro para falar sobre o tema. Nogueira vai solicitar ainda a formação de uma comissão externa de deputados para fazer uma visita à obra e pedirá informações ao TCU e à Controladoria-Geral da União (CGU) sobre as auditorias na obra. "O dinheiro público está indo para o ralo. O governo faz propaganda e onde as coisas acontecem estão a passo de tartaruga e causando um grande prejuízo", diz o líder tucano. "Aquilo que era, segundo anunciava a propaganda do governo Lula, a grande obra para o Nordeste agora se transformou num grande escândalo", complementa Freire. O Ministério da Integração Nacional afirmou em nota que a sensação de "abandono" deve-se a uma paralisação temporária em algumas áreas da obra. Atribuiu novamente essa interrupção a uma disputa com as empresas relativa a aditivos contratuais. Ressaltou que algumas das empresas que deixaram os canteiros devem retomar as atividades no início de 2012. A pasta garantiu que caberá aos consórcios a reconstrução de trechos deteriorados."O ministério não contratará duas vezes o mesmo serviço, nem qualquer trecho dessas obras", diz trecho da nota divulgada pela pasta.Em outra nota, o ministério afirma ter tomado medidas relativas aos problemas apontados pelo TCU. "Todas as medidas administrativas e jurídicas decorrentes das recomendações ali contidas estão sendo adotadas, tanto no âmbito da fiscalização da obra quanto nos processos relativos aos lotes de obras auditados, inclusive com glosas em faturas em tramitação".

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