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Operação da PF faz busca em casa do prefeito de Duque de Caxias

José Zito não estava no local; investigação apura irregularidades em uso de verba da saúde e envolve mais 4 cidades

Por MARCELO GOMES e RIO
Atualização:

A Polícia Federal deflagrou ontem uma operação que tem como um dos alvos o prefeito de Duque de Caxias (Baixada Fluminense), José Camilo Zito dos Santos (PP). A PF cumpriu 14 mandados de busca e apreensão na capital e em outros quatro municípios do Estado do Rio. As medidas são resultado de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Rio em razão de supostas irregularidades na gestão de verba pública no sistema de saúde em Duque de Caxias. A polícia chegou à casa do prefeito pouco antes das 7h. Não havia ninguém e um chaveiro foi acionado para abrir o portão. Bombeiros ajudaram a conter dois cães de guarda no jardim. Pouco depois, chegou o caseiro da família. Foram apreendidos computadores e documentos. Em nota, a assessoria da Prefeitura de Duque de Caxias informou que "a Procuradoria-Geral do Município foi notificada pela Justiça Federal e apresentará defesa dentro do prazo legal". Zito não foi localizado ontem.Além da apreensão de documentos, a ação determinada pela 1.ª Vara Federal de Duque de Caxias incluiu o arrolamento de bens em postos de saúde e no Hospital Moacyr Rodrigues do Carmo. O arrolamento é uma medida cautelar destinada a proteger bens objeto de litígio, com o objetivo de conservá-los do perigo de extravio ou dilapidação. Outros mandados de busca foram cumpridos em Petrópolis, Areal e São José do Vale do Rio Preto. Importante líder político da Baixada na década passada, Zito governou Duque de Caxias entre 1997 e 2004 e voltou à prefeitura em 2008. Ele tentou a reeleição em outubro, mas nem sequer chegou ao segundo turno.Em 2000, elegeu a ex-mulher, Narriman, e o irmão, Valdir, prefeitos de outras duas cidades da região, Magé e Belford Roxo. A filha, Andreia, é deputada federal. Outra ex-mulher, Claise, é deputada estadual. Todos adotaram o sobrenome Zito. Em 2002, foi absolvido da acusação de ter ordenado o assassinato de um secretário, em 1993.

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