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Olívio Dutra vê avanços do PT no Rio Grande do Sul

Por Elder Ogliari
Atualização:

A executiva do PT no Rio Grande do Sul acredita que o resultado das eleições municipais deste ano foi favorável à sigla. "Ótimo seria ganhar em todas as cidades, mas, analisando os números, podemos dizer que o partido se saiu bem", comentou hoje o presidente estadual do partido, Olívio Dutra. A análise dos petistas percebe o peso de derrotas em cidades importantes, como Porto Alegre, Pelotas, Caxias do Sul e Rio Grande, que já estavam com outras siglas, e também Santa Maria, que estava com o PT, mas entende que o partido manteve ou conquistou boa densidade eleitoral em todas elas porque fez votações próximas a 40% no primeiro ou no segundo turno. Os números que a executiva considera animadores saíram da comparação com eleições municipais anteriores. Neste ano o PT elegeu 61 prefeitos e passará a governar 1,8 milhão de eleitores, um crescimento de 48% sobre a resultado de 2004. O núcleo mais forte são cinco municípios da região metropolitana de Porto Alegre - Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo - que estão na chamada "Linha do Trensurb" por estarem todos em território contínuo servido pelo mesmo trem metropolitano. Segundo Olívio, a principal causa da derrota em Porto Alegre foi a demora em definir uma candidatura para ser discutida com possíveis aliados. "Isso poderia ter sido feito no ano passado, não como algo definitivo, mas como uma proposta", comentou o dirigente. A candidatura da deputada federal Maria do Rosário foi definida em março deste ano. As razões para as vitórias, segundo a análise da executiva, estão vinculadas a boas administrações locais, aos vínculos com o projeto nacional de desenvolvimento sustentado e às alianças feitas pelo partido neste ano. Alianças Se depender da executiva, o PT do Rio Grande do Sul vai trabalhar para a construção de alianças com os partidos dos campos "popular e socialista" (PC do B e PSB) e do "trabalhismo social" (PDT) para 2010, adiantou Olívio. Além disso, o presidente do PT gaúcho revela que o partido quer atrair e se juntar a lideranças e bases de todas as outras siglas que estejam descontentes com as teses neoliberais e dispostas a defender um Estado sob controle público e não a serviço de interesses privados. Em alguns municípios do Rio Grande do Sul, o sistema de alianças defendido pelo PT já funcionou neste ano. Canoas se tornou o caso mais visível por abrigar uma chapa do PT com o PP, PPS, PSB, PC do B e PR à qual o PDT e setores do PMDB se agregaram no segundo turno. Lula Para o presidente do PT gaúcho, a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em algumas campanhas eleitorais neste ano representou "um ganho" para os candidatos, inclusive para Maria do Rosário, que disputou a prefeitura de Porto Alegre. Sem mensurar qual seria o ganho, já que o partido perdeu em cidades importantes como a capital gaúcha e São Paulo, Olívio admitiu que se as mensagens de apoio não tivessem sido gravadas também não haveria prejuízo. "A participação não era condição sine qua non para nós", revelou. "Ele (Lula) governa com uma diversidade enorme e contribui muito para as candidaturas de seus aliados exercendo bem a presidência, como faz", afirmou. "O que o presidente vem fazendo pelo País, com sua política de desenvolvimento e inclusão social acabou garantindo muitas reeleições, inclusive de prefeitos adversários do PT."

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