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Olimpíada não ajuda afilhado de Paes no Rio

Pedro Paulo sofre com alto índice de rejeição do eleitorado, de acordo com as pesquisas de intenção de voto

Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

RIO - A aposta do PMDB do Rio de que a gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB) seria a grande alavanca da campanha do candidato oficial, Pedro Paulo, não se confirmou, a menos de duas semanas da eleição. 

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Desconhecido do eleitorado em uma disputa com veteranos como o senador Marcelo Crivella (PRB), o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), Pedro Paulo conta com a visibilidade do padrinho político para chegar ao segundo turno. Segundo a última pesquisa do Ibope, porém, o candidato do PMDB tem 9% das intenções de voto, distante dos 27% de eleitores que consideram a gestão do prefeito boa (21%) ou ótima (6%). 

Em outra ponta, Pedro Paulo tem 36% de rejeição, três pontos a mais do que na pesquisa anterior, patamar que se assemelha aos 34% que consideram a administração municipal ruim (10%) ou péssima (24%).

A expectativa na campanha é de que, passados os Jogos Olímpicos e episódios que mobilizaram a política nacional, como o impeachment de Dilma Rousseff e a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o eleitorado preste mais atenção na campanha e Pedro Paulo se beneficie do maior tempo de propaganda de TV, de três minutos e meio, e do empenho dos candidatos a vereador da coligação de 15 partidos. 

O líder de intenções de voto é Crivella, com 31%. O escolhido de Paes para disputar sua sucessão está embolado em segundo lugar com Freixo (9%), Jandira (8%), o deputado estadual Flávio Bolsonaro, do PSC (8%), e o deputado federal Indio da Costa, do PSD (7%). 

Profissionais envolvidos na campanha peemedebista dizem que o patamar de um terço do eleitorado crítico a Paes é o mesmo da campanha da reeleição, em 2012. A diferença agora, afirmam, é que há uma decepção generalizada com políticos, o que tem feito a avaliação de bom e ótimo de Paes se manter estável em 27%, mesmo após os Jogos. 

O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, diz estar certo de que Pedro Paulo chegará ao segundo turno. “Oito por cento dos eleitores consideram a gestão de Eduardo Paes boa ou ótima, mas declaram voto em Crivella. Isso tende a migrar para Pedro Paulo.”

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Desgaste. Para o sociólogo Bernardo Sorj, diretor do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais e do Projeto Plataforma Democrática, um dos fatores decisivos para a avaliação positiva de Paes não ter sido transferida para Pedro Paulo é o desgaste causado ao candidato do PMDB quando, em outubro passado, veio a público a denúncia de agressão pela ex-mulher Alexandra Marcondes. O inquérito por lesão corporal aberto foi arquivado em agosto. “Ele era desconhecido do eleitorado e, quando chegou à mídia, não apareceu como a pessoa que trabalhou ao lado do prefeito durante esses anos, mas como o marido que agrediu a mulher.”