O MP ficará dividido?
Não creio nessa possibilidade. A nomeação pelo governador apenas encerra o processo eleitoral e inicia uma nova gestão. Essa ocorrência é comum em outros Estados.
O procedimento de escolha do chefe do MP deve ser mantido?
O sistema talvez possa ser aperfeiçoado, evoluindo-se para o voto uninominal, e não plurinominal. Seria uma inovação interessante para apurar aquele que tem, eventualmente, maior representatividade política.
O fato de ser o candidato de situação o favoreceu?
O governador tomou uma decisão que privilegiou a continuidade de uma gestão política que teve início há quatro anos no Ministério Público. A escolha do meu nome não significa demérito e nem reprovação dos que não foram nomeados.
O sr. concorda com a concessão de auxílio-alimentação a procuradores e promotores?
Tenho certeza que essa discussão não interferiu no resultado da eleição. Nós teremos que avaliar a possibilidade e as medidas de legalidade necessárias para eventual implantação.
Que mudanças o sr. defende em relação à atual gestão?
Meu programa foi baseado na ideia de continuidade com aperfeiçoamentos. Podemos melhorar a interlocução com a sociedade civil e com a imprensa. Podemos criar instrumentos de apoio às áreas criminal e de políticas públicas.
O sr. propõe desburocratizar o MP. Hoje a instituição é lenta?
O Ministério Público de São Paulo está passando por um processo de modernização estrutural, que promove alterações significativas das rotinas. Acho que a grande atenção do gestor deve ser para que nunca a rotina se transforme em entrave para um bom funcionamento das promotorias.
O sr. pretende manter a discrição dos trabalhos do MP e evitar a superexposição na imprensa?
A exposição pública do MP é indispensável para informar e prestar contas. Ela nunca deve ser baseada no culto às pessoas, ou voltada para a espetacularização. O MP não deve criar fatos jornalísticos. / B.B.