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‘Nosso adversário é o governador do Estado’, diz Padilha

Pré-candidato petista contesta crença de Paulo Skaf, do PMDB, de que a polarização entre PT e PSDB em SP foi quebrada

Por Ricardo Galhardo e Fernando Gallo
Atualização:

Com intenção de voto que varia de 3% a 4%, o pré-candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, diz que vai lutar pelo 2.º turno com foco em Geraldo Alckmin (PSDB), que tentará reeleição. “Tenho um adversário só, que é o atual governador. Eu vou ficar muito feliz de ter o apoio do doutor Paulo Skaf no 2.º turno”, diz, em resposta a Paulo Skaf, candidato peemedebista, para quem a nova polarização no Estado ocorre entre PSDB e PMDB.

Padilha, que será confirmado candidato neste domingo em convenção, promete levar ao palanque o prefeito Fernando Haddad – o colega amarga alto índice de rejeição. Também mostra seu lado pragmático. “Sou petista desde adolescente, mas não acho que o PT é dono da verdade.”

Por que mudar o Estado?

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Depois de 20 anos governando o Estado de São Paulo, o PSDB perdeu a força, a energia.

O sr. fala de 20 anos de PSDB, mas o PT já esta há 12 em Brasília, irá para 16 se a presidente Dilma for reeleita...

A diferença é que o PT fez as mudanças necessárias no governo federal. O PT é o partido da mudança. Mudou o País, transformou. E São Paulo precisa mudar. Quando falo mudar, é mudar completamente o padrão de gestão. Até tirar a sede do governo de dentro do Palácio do Morumbi, colocar em outro lugar mais próximo do povo. O governador de São Paulo não é um monarca, não é um rei para estar encastelado no Palácio.

O sr. já rodou mais de 110 cidades com a caravana do PT e continua com 3% de intenção de votos. O que deu errado?

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Deu certo. A caravana não tinha nenhuma relação com ampliar porcentual de pesquisa, exposição. Se tivesse, ficava na capital, na região metropolitana, nas cidades maiores.

Quais são suas duas principais propostas de campanha?

O centro do projeto de desenvolvimento está na educação. Queremos acabar com a aprovação automática. Pegar cada uma das universidades públicas estaduais, as federais, e, em parcerias com elas, criar academias para professores. Precisamos fazer com que o metrô seja de fato metropolitano, ultrapasse o limite da cidade de São Paulo, chegue até Guarulhos, Taboão da Serra, ABC.

A polícia do Estado é violenta?

Sou contra generalizar. Tem policiais extremamente qualificados, podem prestar um grande serviço. O que não pode existir é qualquer tipo de abuso.

É a favor da desmilitarização?

É tradição nossa ter dois perfis de polícia. Eu não faria um debate de mudança dessa organização da polícia, mas sim de integração operacional.

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Paulo Skaf está preparado para ser governador?

Eu estou preparado. Respeito muito as outras candidaturas. Tenho um adversário só, que é o atual governador, esse é o adversário do PT na disputa eleitoral, é essa a polarização que vamos fazer do começo ao fim. E eu vou ficar muito feliz de ter o apoio do doutor Paulo Skaf no 2.º turno porque estaremos no segundo turno contra o governador Alckmin.

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Skaf trata o PT como adversário e diz que existe uma nova polarização no Estado entre o PMDB e o PSDB. O prefeito Fernando Haddad, que está mal avaliado, e a presidente Dilma enfrentam resistência no Estado. Isso pode ser um empecilho?

Tem alguns temas que o prefeito Haddad tocou aqui na capital e que serão muito positivos na eleição estadual. No primeiro ano de governo, já cumpriu 36% da meta de corredores de ônibus e implantou o bilhete único mensal. Isso vai reforçar a nossa proposta de implantar o bilhete único metropolitano. Reforça a condição que o PT tem de executar mais rapidamente as obras do metrô e dos trens da CPTM, em contraposição à lentidão do PSDB. Haddad teve a coragem de combater a corrupção, acabar com a máfia do ISS. Isso vai nos permitir fazer o debate sobre como se enfrenta a corrupção no Estado. O PT tem diferenças em relação ao PSDB sobre como se enfrenta a corrupção. São 15 anos de um escândalo do metrô, e só começou a ser apurado após autoridades internacionais, ou o Cade, a Polícia Federal, começarem a apurar.

Paulo Maluf foi competente como governador e prefeito?

Eu era oposição, tanto (com Maluf) como prefeito (ou) como governador. A minha opinião era muito clara. Agora, o PP apoia o governo do presidente Lula desde 2005. Sempre foi um aliado fiel do presidente Lula. O PP é que aderiu ao projeto e já justificou o porquê disso.

O deputado Luiz Moura deve ser expulso do PT?

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O PT fez o que podia ser feito e rapidamente. Decidiu pela suspensão e depois instala o processo de comissão de ética para ouvir as alegações daquele militante. Mas com a suspensão o PT deu uma mensagem muito clara de que será sempre implacável. Agora, nessa história o que mais me impressiona é o seguinte: foi dito que há uma operação da Polícia Civil que identificou membros do PCC. Eles foram presos? Qual o resultado?

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