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'Nós não precisamos de um Lula na campanha'

Para marqueteiro, Russomanno, que tem 25% das intenções de voto, já é um 'produto praticamente vendido'

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Por Ricardo Chapola
Atualização:

O tempo de 2min12s é modesto, mas suficiente para quem tem em mãos um "produto pronto" como Celso Russomanno, candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo. É assim que o coordenador de marketing da campanha de Russomanno, o publicitário Ricardo Bérgamo, analisa o fato de ter o menor tempo de exposição na TV em relação aos seus principais adversários - José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), ambos com 7min39s no horário eleitoral gratuito, que estreia dia 21.Até lá, a expectativa dos petistas é pela entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Haddad. Bérgamo, por enquanto, minimiza o "fator Lula" no cenário paulistano. "O Lula nunca conseguiu ganhar na cidade de São Paulo", diz o marqueteiro.Qual será a estratégia para os primeiros programas eleitorais?É mostrar que ele está pronto para trabalhar, para ser um administrador público eficiente e que tem capacidade de administrar a cidade. Como vão apresentá-lo? Qual roupagem será dada a ele?Não precisa dar roupagem. Para alguém que tem 20 anos de televisão não adianta querer inventar. O povo já o conhece. Agora o que vai ser colocado é que ele vai pôr toda essa experiência a serviço da cidade e do povo de São Paulo.Há uma correlação do tempo de exposição na TV e a proporção de votos. Vocês têm pouco mais de 2 minutos de programa. Como vão contornar isso?Você precisa pensar no todo da campanha. É pouco tempo? Depende de como você chega nesses 2 minutos. Vamos chegar na TV com 25% (das intenções de voto). Com esse número, não tenho a necessidade de vender um bom produto, porque esse produto já está praticamente vendido. Ele já está inserido no cenário eleitoral. Eu já consegui dar o primeiro passo na história. Hoje, consegui transformar os meus 2 minutos e pouquinho para algo que considero suficiente para me manter onde estou. Eu não preciso discutir o institucional, não preciso estar muito preocupado em responder a agressões ou coisas do gênero. Eu preciso consolidar o meu discurso de programa.O PT aposta na entrada de Lula na campanha do Haddad.O Celso não precisa de um Lula porque nós chegamos até aqui sozinhos. E eu não sei o que o Lula representa na realidade nesta eleição. Se amanhã o Lula entrar e der uma chacoalhada, vou pensar no que tenho que fazer em relação a isso. O Lula nunca conseguiu ganhar na cidade de São Paulo. Nem conseguiu eleger o Mercadante. Então precisamos entender o quanto é relevante esse apoio.Vai ter mudança no programa eleitoral se as últimas denúncias contra Russomanno forem usadas na campanha na TV?Não vou atacar ninguém, vou me posicionar de acordo com o que vier do lado de lá. Obviamente que se vier alguma coisa em que tenha que provar algo, vamos provar. E se, para provar, precisar mostrar quem é que fez, a gente vai ter que mostrar.A campanha tinha vídeos que seriam usados como uma espécie de contragolpe.Isso seria em caso de usarem a história do Edir Macedo. É uma coisa tão babaca. Mas quem vai bater? Ele (Edir Macedo) foi recebido como chefe de Estado pela presidente Dilma Rousseff. Ele presta para o governo federal e não presta para o governo municipal? O Serra foi lá na Igreja Mundial e ganhou a bênção do apóstolo Valdemiro. A maioria das igrejas está se posicionando e todo mundo está correndo atrás. E aí, quem vai bater por causa do Edir Macedo? É a maior incoerência do mundo.

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