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No Rio de Janeiro, Pezão e Crivella se enfrentam no segundo turno

Disputa por vaga foi acirrada entre Garotinho e Crivella

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Por Redação
Atualização:
Pezão obteve 40,58% dos votos válidos e Crivella ficou com 20,25% Foto: Marcos Arcoverde e Paulo Sérgio/Estadão

RIO - Com menos de 1 ponto porcentual de vantagem, o candidato do PRB ao governo do Rio, senador Marcelo Crivella, surpreendeu e conquistou ontem o direito de disputar o segundo turno. Apurados os votos de todas as seções, o parlamentar tinha 20,26% da votação, contra 40,57% do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). 

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Crivella superou, nos últimos dias, o ex-governador Anthony Garotinho (PR), que conquistou 19,73%. Outra surpresa foi o desempenho do postulante do PSOL, Tarcísio Motta. Com 8,92%, ficou em quarto lugar no Estado, pouco atrás de Lindbergh Farias (PT), que obteve 10%. Na capital, Tarcísio ficou em terceiro, atrás dos dois concorrentes que passaram ao segundo turno estadual. 

O Rio foi a última unidade da Federação a começar a divulgar seus resultados eleitorais. O atraso ocorreu pela demora de eleitores para votar nas urnas com identificação biométrica, nos municípios de Niterói e Armação dos Búzios. 

As máquinas falhavam, obrigando os votantes a tentar, por várias vezes, ser identificados. Até 19h, ainda havia gente votando. O Tribunal Regional Eleitoral se recusou a revelar os números da apuração antes do fim da votação. Demorou tanto que, quando permitiu a divulgação, mais de 60% das urnas já tinham tido seus votos apurados. 

Ao votar, em um clube de Copacabana, Crivella antecipou sua estratégia no segundo turno. “Serão todos contra o PMDB”, disse. “Não é possível ter 30 anos de PMDB. Democracia tem que ter alternância. Essa foi das eleições mais difíceis que disputei no Rio”, declarou. 

Encerrada a apuração, ele recebeu 1.619.165 votos. “Hoje fiz uma caminhada de Copacabana a Queimados. Vi um mar de papel. Não vi um do meu partido”, criticou. Nossa campanha modesta acabou contribuindo para nos levar ao segundo turno.” 

Pezão. O atual governador votou às 11h em sua cidade natal, Piraí, onde foi prefeito duas vezes. Ele precisou de uma “cola” para copiar os números dos candidatos e revelou apenas ter votado em Dilma Rousseff, embora tivesse também o apoio do tucano Aécio Neves e do Pastor Everaldo (PSC). 

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“O voto é secreto, mas todo mundo sabe que eu votei na Dilma. Tenho um carinho imenso por ela, uma pessoa que ajudou muito o Estado do Rio de Janeiro. Tenho certeza de que vamos fazer grandes parcerias no próximo mandato”, declarou. Pezão recebeu 3.242.513 votos. 

Após a divulgação do resultado, Pezão classificou sua votação como “extraordinária” e disse que vai procurar todos os partidos para compor alianças no segundo turno. Pezão afirmou que vai manter o apoio à presidente Dilma, apesar do movimento em seu partido para favorecer Aécio Neves. 

“A gente tem muitas conversas programadas, me relaciono com todo mundo. Vou procurar os partidos”, disse o candidato ao ser questionado se procuraria o ex-governador, Anthony Garotinho. 

Garotinho. Com aparência abatida, Garotinho, votou em Campos, onde nasceu e foi prefeito, e não quis fazer previsões sobre possível segundo turno contra Pezão (PMDB), que acabaria não se concretizando. 

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“Enfrentamos um quadro político de muita adversidade. As maiores forças políticas e econômicas se juntaram contra nós: o governador e o prefeito do Rio, 86 prefeitos, 15 partidos, 1.800 candidatos. E apesar disso tudo chegamos inteiros.” Encerrada a apuração, Garotinho obtivera 1.576.511 votos - 42.654 menos que Crivella. 

À noite, confirmado que estava fora do segundo turno, ele se recusou a dar entrevista. Por meio de um assessor, mandou dizer que “o povo é soberano”.

O ex-governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), que só votou no fim da tarde, negou ter sido escondido pela campanha do Pezão, por ter deixado o cargo com baixa popularidade. “É injustiça. Se há uma pessoa que defendeu o tempo todo o nosso legado, a minha pessoa e o nosso governo foi Luiz Fernando Pezão. Estou muito satisfeito.”

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Ele não quis declarar seu voto para presidente. Disse ter “uma relação extraordinária com a presidente Dilma e com o presidente Lula”. E completou: “Sou muito amigo do Aécio. São 31 anos de amizade”. Ele afirmou que sentiu uma “emoção muito grande” ao votar em seu filho, Marco Antonio Cabral, eleito deputado federal pelo PMDB. / THAISE CONSTANCIO, CLARISSA THOME, ROBERTA PENNAFORT, MARIANA SALLOWICZ, ANTONIO PITA, VINICIUS NEDER, WILSON TOSTA

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