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'Nem tinha nascido' na época da ditadura, diz Kassab

Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

Acusado ontem por petistas de ligação com "forças do atraso" e até com a ditadura militar, o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), respondeu com bom humor: "Eu nem tinha nascido", afirmou ele, que tem 48 anos e nasceu em 1960, quatro anos antes do golpe militar. As críticas foram feitas ontem em um ato de apoio à candidatura de Marta Suplicy (PT) com a participação de ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, cotada para concorrer à Presidência em 2010, insinuou que Kassab estava subindo "no salto alto" antes da hora. Questionado sobre a provocação, o prefeito e candidato à reeleição tentou amenizar a crítica. "Eleição no segundo turno é muito difícil, o eleitor precisa ser muito respeitado." A acusação de envolvimento do seu partido DEM (atual nome do PFL, que nasceu de uma cisão do PDS, oriundo da Arena) com a ditadura militar partiu do escritor Fernando Morais, que também participou do ato de apoio a Marta. Morais disse que "DEM é codinome de uma sigla que ajudou a ditadura". Apesar de tentar escapar das perguntas sobre o assunto, Kassab comentou vagamente a acusação. "Todos sabem que não", limitou-se a responder. O prefeito tentou não dar muita importância ao grupo que a petista arregimentou para ajudar a enfrentá-lo nas eleições. "O importante não é quem está ao lado dela ou quem está ao meu lado. O importante são as propostas". Vistoria O prefeito vistoriou hoje pela manhã obras de urbanização de uma favela em área de manancial no Grajaú, na zona sul. Cerca de oitenta pessoas aguardavam a chegada de Kassab na companhia do vereador reeleito Milton Leite (DEM). Minutos antes da chegada, cinco cabos eleitorais com coletes verdes e adesivos da campanha do democrata tentaram se aproximar do grupo que o esperava. Foram convidados, no entanto, a sair do local pelo cerimonial da Prefeitura, que esclareceu a eles ser aquele um evento do prefeito, e não do candidato. O próprio Kassab deu um puxão de orelha em um grupo de pessoas que começava a cantar seu jingle. "Aqui não pode. É vistoria oficial", esclareceu o prefeito. Bastou Kassab deixar a favela, porém, para que um grupo de 17 cabos eleitorais com bandeiras e distribuindo adesivos e bandeirolas tomassem a entrada da comunidade. Depois do evento oficial, Kassab fez uma caminhada de cerca de 15 minutos numa rua do comércio de Campo Belo, também na zona sul. A vice em sua chapa, Alda Marco Antonio (PMDB), e outros correligionários também acompanharam o evento de campanha. Eles tomaram café em uma padaria. Dezenas de pessoas pararam o prefeito para tirar fotos e cumprimentá-lo. Um homem tentou reclamar da gestão da ex-prefeita e atual adversária Marta Suplicy (PT), mas o democrata esquivou-se de qualquer comentário e encaminhou a reclamação para um assessor.

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