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Mortes levaram a um verdadeiro 'CSI Alagoas'

Por Rose Saconi e Carlos Eduardo Entini
Atualização:

"O projétil transfixou o lóbulo superior do pulmão esquerdo, deu continuidade à sua trajetória em direção ao mediastino (...) arrebentou a aorta, lesionou a veia cava, bateu em seguida no corpo vertebral ao nível toráxico (...). Em seguida, atingiu o arco costal, fraturou-o, modificou a sua trajetória pela segunda vez e foi parar onde foi encontrado". O texto, perfeito para um diálogo da série policial de televisão CSI, é a explicação do legista Badan Palhares para a trajetória da bala que matou Paulo César Farias em 1996 - quatro anos antes da estreia daquela série. E foi dita em um debate no Estadão em 15 de agosto daquele ano. A misteriosa morte de PC Farias e sua namorada propiciou ao País um debate inédito, repleto de termos técnicos. Durante meses, assistiu-se ao coronel da reserva e médico legista George Sanguinetti contestando o laudo de Palhares. Para ele, PC Farias não teria morrido no local onde foi encontrado: teria sido levado para dentro do quarto. E Suzana não teria cometido suicídio. Já o legista Badan Palhares, que fez a autópsia, defendeu a tese de homicídio seguido de suicídio. Em 1999, a disputa extrapolou o debate científico. Sanguinetti chegou a acusar Badan de ter recebido R$ 400 mil para que forjasse o laudo e acusou o irmão de PC, Augusto Farias, pelo duplo homicídio.

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