
06 de fevereiro de 2012 | 03h05
De acordo com a versão digital do jornal paraguaio ABC, o ministro Filizolla disse que os carperos "não são animais, são pessoas", e defendeu a negociação para o cumprimento das ações de reintegração de posse das fazendas ocupadas.
Mais de sete mil carperos, muitos deles armados, se concentram na região de fronteira para pressionar os brasiguaios. Além das propriedades invadidas na zona de Ñacunday, os carperos mantém sob cerco outras fazendas em Santa Rosa del Monday, na mesma região. Os sem-terra paraguaios mantêm invadidas ainda três propriedades de brasileiros na região de Ñacunday, no Alto Paraná, a cerca de 70 km da fronteira com o Brasil.
De acordo com Filizzola, a polícia não pode entrar na área sem cumprir o protocolo que estabelece a negociação em primeiro lugar. "Tem de falar com as pessoas, analisar o terreno, determinar quantos estão ali. Como se vai entrar se não se estudou bem o lugar?", perguntou.
A defesa, pelo ministro, de procedimentos que atrasam a desocupação pode acirrar o conflito, avalia Paulo Muller, do Sindicato Rural de Foz do Iguaçu. Para ele, a demora no cumprimento da ordem judicial sinaliza aos brasiguaios que o governo do Paraguai está do lado dos carperos. "Há um clima de insatisfação com a forma como o governo está conduzindo a questão", afirmou.
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