
19 de maio de 2013 | 02h02
A um ano e meio da eleição, há tempo suficiente para o PSDB acertar seus ponteiros internos e fazer a ponte entre seu passado e o futuro a ser oferecido à população. Embora o tempo esteja a favor de Aécio, este não será um tempo tranquilo, já que a "célula tronco" paulista terá o mesmo tempo para cuidar de si.
Fernando Henrique Cardoso já assinalou que é tempo de mudança e patrocina a candidatura de Aécio. Mas o governador Geraldo Alckmin já declarou em duas oportunidades que ainda é cedo para lançar candidaturas (!?). José Serra, no mesmo tom, acenou para a possibilidade de usar o novo MD para garantir seus propósitos, o que seria suicídio político de um dos mais competentes quadros da história política.
O "DNA paulista-serrista", com Alberto Goldman (primeiro-vice) e Mendes Thame (Secretaria-Geral), estará na estrutura política da nova direção do partido e como tal fará política nesta direção. Com esta composição, Aécio pode ter, temporariamente, neutralizado a saída de Serra do ninho tucano, mas não se pode esquecer que Serra, infelizmente, é Serra. Aécio precisará de um esforço integrado na construção de palanques nos Estados e de alianças para ganhar tempo na TV. Ao mesmo tempo, coordenará as montagens das nominatas dos candidatos a deputados estadual e federal e ao Senado, peças importantes na máquina da campanha. No esforço nacional da direção, todos trabalham na mesma direção, com o mesmo empenho?
Finalmente, diante da história recente, fica a pergunta: se Serra não for para o MD ou não se aliar a Eduardo Campos, será candidato a deputado federal ou ao Senado? Aécio terá muito tempo para dormir com essas turbulências. O melhor conselho no momento é Rivotril e boa sorte.
* É PROFESSOR E PESQUISADOR DO IESP/UERJ.
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