Meirelles defende voto programático no 1º turno e critica Haddad e Bolsonaro

'No segundo turno, tendo o resultado nas mãos, vamos escolher a melhor opção', diz candidato do MDB

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Por Marcio Dolzan
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RIO - Com 2% nas pesquisas de intenção de votos, o candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, voltou a afirmar nesta quarta-feira, 3, que  o eleitorado deve optar pelo “melhor candidato” no primeiro turno e criticou a política econômica de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), favoritos para chegar ao segundo turno.

“Minha proposta é de, no primeiro turno, vamos escolher o melhor candidato e ponto. No segundo turno, tendo o resultado nas mãos, vamos escolher a melhor opção”, declarou, durante palestra para empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). “O que nós não podemos é começar a votar mal. O que adianta votar no ruim para evitar o outro, se eu garanto os dois no segundo turno? Nós temos que fazer o contrário, votar no melhor candidato e torcer para que ele passe para o segundo turno.”

Henrique Meirelles, do MDB, participa de evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro Foto: Fabio Motta/ Estadão

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Meirelles ironizou os discursos de Bolsonaro e Haddad. “O Bolsonaro, que se diz que combate a classe política, é deputado há mais de 20 anos, os filhos dele são da classe política, a família inteira é. Então, é político, sim. O Fernando Haddad é do PT, já foi prefeito de São Paulo. Aliás, como prefeito de São Paulo conseguiu na (campanha à) reeleição perder em todas as zonas eleitorais da cidade de São Paulo. Isso aí não é coisa simples, não. Tem que fazer aí uma coisa determinada pra conseguir tomar uma surra histórica dessa proporção”, disse.

Depois, o candidato do MDB criticou as promessas econômicas dos dois primeiros colocados nas pesquisas. “Bolsonaro apontou aí um que a imprensa diz que é o ‘guru econômico’, e ele falou que é o ‘Posto Ipiranga’ dele. Aí, a primeira declaração do guru ele desmentiu. Vamos ficar perplexos? Qual a é a política econômica do Bolsonaro? Não sei, e não sei alguém sabe de fato. Pode achar, mas não sabe, porque todo o histórico dele foi estatizante, sempre votou junto com o PT, a vida inteira”, discursou Meirelles.

“O Fernando Haddad alguns falam que é um sujeito razoável... Eu gosto do Fernando Haddad, conheço ele, sempre me dei bem com ele. Foi ministro da Educação enquanto eu cuidava do Banco Central. Trabalhamos juntos, fomos colegas de ministério durante seis anos. Tenho uma excelente relação, pessoalmente ótima. Agora, ele está dizendo por aí que vai adotar integralmente o programa do PT. Aí complicou, hein? Não preciso nem comentar, eu sugiro que cada um tome o cuidado de ler o programa. É de arrepiar os cabelos, irresponsabilidade fiscal”, considerou o emedebista.

Sem citar o nome, Henrique Meirelles também criticou a proposta de Ciro Gomes, do PDT, de tirar cerca de 60 milhões de pessoas dos cadastrados do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC). “Se 60 milhões não vão pagar, ninguém mais vai pagar. Quem vai pagar dívida? Nada, acabou. Existe uma série de coisas que falta conhecimento básico da realidade. Soa bonito, mas na hora de pagar...”.

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