Marta nega envolvimento com mensalão e ataca Kassab

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Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

Acusada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), de se manter ao lado da "turma do mensalão", a candidata do PT à Prefeitura, Marta Suplicy, negou hoje qualquer relação com o escândalo de pagamento de propina que atingiu a cúpula petista e integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva e revidou os ataques do rival. "Não tenho nada a ver com o mensalão. Nunca tive. Usar isso para tentar me contaminar é jogar uma pedra na água", defendeu-se. "Agora ele (Kassab) foi braço direito do Pitta (ex-prefeito Celso Pitta, do PTB)." A petista subiu as críticas ao candidato do DEM, tentando colar a imagem de Kassab na de Pitta. "Quem deu vida à cidade depois do bando de gafanhotos que passou, do qual ele (Kassab) fazia parte, foi a minha gestão", afirmou Marta, depois de uma caminhada no Campo Limpo, zona sul da capital paulista. A petista acusou o prefeito de ser "uma pessoa que se esconde", ter uma "história muito comprometida" e pertencer ao "partido mais atrasado do País". "As pessoas tem contato com a minha realidade. Com a dele, é uma enganação só." A candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) voltou a insistir na tese de que Kassab criará um pedágio urbano. Marta se apóia em dois projetos de lei para afirmar que o prefeito é favorável à cobrança. Kassab nega a intenção. "Pode escrever: se esse homem ganha (a eleição), ele faz o pedágio urbano." A candidata criticou ainda o prefeito, da coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC), por visitar hoje de manhã o Expresso Tiradentes e, ao mesmo tempo, reduzir as verbas para a conclusão do corredor de ônibus. De acordo com reportagem da edição de hoje do Jornal da Tarde, a Prefeitura reduziu em 36% o orçamento para as obras em relação ao ano passado. "Ir no Expresso Tiradentes na hora em que o jornal publica que ele retirou recursos da obra mostra a pessoa que ele é." Esperança Apesar de estar 16 pontos atrás de seu adversário, de acordo com a mais recente pesquisa de intenção de votos do Instituto Datafolha, divulgada na sexta-feira, Marta esforçou-se hoje em mostrar confiança na vitória. Seguiu o exemplo de seu maior cabo eleitoral, o presidente Lula, e usou uma metáfora futebolística. "Ontem o jogo estava 2 a 0 para o São Paulo. Chegou nos últimos minutos e o Palmeiras empatou. É assim. A política é muito parecida", disse. "Temos até domingo e estamos lutando como um leão." A mesma metáfora sobre futebol, com o Palmeiras, foi utilizada no primeiro turno pelo então candidato Geraldo Alckmin (PSDB), que esperava chegar ao segundo turno, mas foi derrotado. Marta caminhou por quase uma hora pela Estrada de Campo Limpo, em companhia do ex-marido, o senador pelo PT Eduardo Suplicy, e do deputado federal também pelo PT José Genoino, que usava um boné vermelho, com a estrela do partido estampada. Críticas Durante a visita ao bairro, a petista ouviu pelo menos uma dezena de críticas aos serviços municipais de saúde e educação, administrados por Kassab. Dois cidadãos fizeram referência ao episódio em que o prefeito chamou de "vagabundo" um homem que reclamava da Lei Cidade Limpa. Outros acusavam o candidato do DEM de fazer "propaganda enganosa". Marta ouvia as lamentações e assentia com a cabeça. Tudo registrado pela equipe de campanha da petista.

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