PUBLICIDADE

Marta diz que Prefeitura tem 'incapacidade em gastar'

PUBLICIDADE

Por Andreia Sadi
Atualização:

A candidata petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, questionada sobre os recursos que a administração municipal tem em caixa hoje, atribuiu a "incapacidade de gastar o dinheiro em coisas que a cidade realmente precisa" a uma inaptidão para o planejamento. A crítica ao rival democrata, o prefeito Gilberto Kassab, ocorreu no quarto bloco do debate da noite de ontem da Rede Bandeirantes. "Quem deixa dinheiro no banco pra banqueiro ganhar, ao invés de investir em creche e em remédio em casa." Então, Kassab respondeu: "Tomara que a Marta não ganhe a eleição, senão ela vai quebrar a Prefeitura." Marta replicou que "mentira falada repetidas vezes acaba virando verdade". Ela se defendeu dizendo que, ao contrário do que já foi dito várias vezes, as escolas de lata não foram feitas em sua gestão. "Tive a capacidade de conversar com o Ministério Público para que as escolas fossem substituídas por alvenaria, deixamos tudo contratado." Alckmin x Maluf Questionado sobre a possibilidade de uma gestão municipal sem a realização de acordos com partidos para o preenchimento de cargos em subprefeituras, Alckmin disse que houve um desvirtuamento da descentralização. "Ela é correta. A criação de subprefeituras me parece importante para colocar a prefeitura mais perto da população. Não é parta haver um loteamento. Não deve haver mistura de atividade de vereador e o executivo." O candidato também acrescentou que pretende inverter o sentido, trazendo "pessoas de volta para o centro e criando pólos auto sustentáveis em outras regiões". Maluf replicou dizendo que concorda "em termos" com Alckmin. "Não se pode politizar administrações regionais, as subprefeituras hoje infelizmente viraram cabide de empregos. A lei da dona marta criou as subprefeituras com muitas vagas de empregos." Kassab x Valente Ao responder a pergunta do ex-petista Ivan Valente (PSOL), Kassab ressaltou que "nunca se investiu tanto em saúde" como em sua gestão. "A lei diz que o investimento obrigatório em saúde é de 15%, nós estamos investindo 20%. Invisto mais, se preciso. Aprendi com o (José) Serra (governador de São Paulo), que foi o melhor ministro da Saúde que o Brasil já teve", afirmou. Kassab afirmou ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) é de "fundamental importância". "Vamos continuar fortalecendo o SUS, o Saúde da Família, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde)", disse. Ele afirmou ainda que continuará com as parcerias com as chamadas OSs (Organizações Sociais), realizadas através de liminar. Valente replicou: "Para mim, esse termo parceria é muito bom para indicar terceirização e privatização. O que está sendo feito é uma sabotagem do SUS. Nós queremos o SUS 100% público. Na sua gestão, quem tem plano de saúde é atendido primeiro, não é à toa que a população está reclamando". "Olha Ivan, você precisa ficar menos em Brasília e mais em São Paulo. Por que, conversando com os usuários, você vai ver como eles estão felizes", brincou Kassab, respondendo à provocação. Marta x Ivan A petista Marta questionou o ex-petista Valente sobre a questão da saúde da mulher, apontando dados de mortalidade materna e de gravidez precoce. Ao responder, Valente apontou uma piora nos números da saúde na gestão e perguntou se o PT mudou de posição quanto ao SUS. Marta respondeu dizendo que Valente está "enganado com relação à piora no sistema de saúde", mas não responde quanto à posição do PT. Quando Valente disse que Marta não respondeu à sua pergunta, a candidata rispidamente diz, "sou eu que pergunto." Ao responder ao candidato Renato Reichmann, Alckmin disse, sem citar Kassab, que "não é possível que a cidade mais rica do país tenha tantas crianças fora da escola". "A educação de 0 a 10 é a base da sociedade. Devemos definir onde priorizar o investimento: creche e ensino fundamental. É preciso sentar e discutir com o parlamento, para ver de onde tirar o dinheiro. Votar não é um exercício de futuro, é uma auditoria. É preciso realocar recursos. É inadmissível ter crianças fora da escola", disse Reichmann. Alckmin concordou. "Precisamos aumentar ao máximo as vagas para que a mãe possa ter segurança de que seu filho será bem cuidado e ampliar as escolas técnicas", disse o candidato do PSDB. Soninha x Ciro Moura Soninha Francine (PPS) questionou Ciro Moura (PTC) sobre a existência da troca de favores e de corrupção na política, ao que ele respondeu que quer "responder com um mundo novo para São Paulo". "A troca na política é natural. Você não reinventou a roda, só chamou atenção para um assunto importante, pedindo transparência e pedindo que as trocas não sejam espúrias." Soninha disse ainda que em um "mundo ideal" projetos aprovados não dependeriam de nada além de seu mérito para serem aprovados e pediu ainda que "a população possa referendar a escolha e a imprensa sabatinar os subprefeitos." Paulo Maluf (PP) disse que, quando prefeito, foi o primeiro e único autor de um plano de descentralização dos hospitais e de acesso médico na periferia. "Saúde não é só verba, é gestão", disse, em resposta à pergunta de Reichmann, que questionou de onde viria a verba usada por, se eleito, para resolver o problema de salários na rede pública de saúde e de educação. Reichmann, na tréplica, insistiu que Maluf não respondeu à sua pergunta. "De onde vai vir o dinheiro para pagar adequadamente os profissionais?", repetiu. "Diminui horas e aumentei o salário. Posso dizer que Paulo Maluf foi o que melhor pagou médicos e enfermeiros de São Paulo", respondeu o candidato do PP. Broadway Questionado por Maluf sobre seu projeto para a cultura na cidade de São Paulo, Alckmin disse que a questão é uma prioridade em seu programa, pois "a cidade que antes era uma capital de indústrias se consolida como uma capital de serviços e é importante manter as pessoas na cidade." Para isso, o ele pretende criar a Broadway paulistana, revitalizando o centro, além de levar bons projetos culturais para as regiões mais distantes da cidade. Maluf replicou dizendo que em sua gestão fazia "mil eventos por mês" e que pretende transformar São Paulo na capital da cultura brasileira. "A cultura tem que fazer parte do DNA do paulistano", disse. Alckmin acrescentou que tem como projeto descentralizar a virada cultural, que passará a ser a virada das estações, além de investir em bibliotecas, telecentros, e "crescer o fomento para todas as artes além de um grande projeto de inclusão social." Kassab x Marta Durante discussão sobre o projeto Ler e Escrever, de Gilberto Kassab, entre o prefeito e a vereadora Soninha, Kassab alfinetou Marta Suplicy dizendo que "não é prefeito que gosta de colocar nome em placa". O Ler e Escrever colocou dois professores na sala de aula das 1a. séries de São Paulo. O quinto e último bloco do debate foi marcado pelas considerações finais dos candidatos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.