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Marta critica gestão Kassab e cola em Lula na TV

Ex-ministra aponta suposta 'decadência' dos transportes coletivos na gestão do atual prefeito

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Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, aproveitou seu programa no horário eleitoral gratuito da televisão, na tarde desta quarta-feira, para apontar a suposta decadência dos transportes coletivos na gestão do atual prefeito e candidato à reeleição pelo DEM, Gilberto Kassab. A petista usou depoimentos de populares sobre dificuldades para pegar ônibus na capital paulista. "As coisas estão piorando cada vez mais. É muito humilhante", reclamou uma moradora de Parelheiros, na zona sul, que disse que antes levava 1 hora para chegar ao trabalho e agora leva 2h30. Mais uma vez assumindo o posto de "mãe dos pobres", Marta engatou: "A luta em favor dos mais pobres continua sendo a minha maior bandeira."   Veja também: No rádio, Kassab alfineta Marta e Alckmin condena ataques Marta rebate críticas de Kassab sobre 'escolas de lata' Tenho mais votos que Alckmin e Kassab juntos, diz Marta Divido com Serra a alegria de subir nas pesquisas, diz Kassab Alckmin diz que Serra na campanha 'não tem efeito prático' Veja a íntegra da última pesquisa  Multimídia: Perfil dos candidatos  A petista apresentou um plano para melhorar os transportes, em parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem tenta colar sua imagem desde o início da campanha. "Sei que o plano é viável porque o apresentei ao presidente Lula quando era ministra (do Turismo) e ele aprovou", reforçou Marta, lembrando também do nome mais cotado no PT para disputar as eleições para a Presidência da República em 2010, a ministra Dilma Rousseff. "Discutimos os custos (desse plano) com o presidente e com Dilma", destacou. A candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) prometeu construir oito terminais de ônibus, 228 quilômetros de corredores e 47 quilômetros de Metrô. Já o programa de Kassab voltou a mirar as críticas na petista. O prefeito também deu seqüência à estratégia de colar sua imagem no governador do Estado, José Serra (PSDB). O candidato da coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC) ironizou a adversária do PT, dizendo que ele havia feito "escolas de tijolo", em oposição às escolas de lata que acusa a petista de ter feito. O prefeito procurou diferenciar os Centros de Educação Unificada (CEU) de sua gestão daqueles feitos por Marta, chamando-os de "CEUs do Kassab". "A Marta fez 21 CEUS, nós fizemos 25", alfinetou Kassab, anunciando que pretende, em parceria com o governo do Estado, oferecer cursos profissionalizantes nos Centros. "Já acertei isso com Serra". O democrata provocou o eleitor a pensar o que pode acontecer caso não seja reeleito. "Não vamos trocar o certo pelo duvidoso", disse o locutor do programa. "Vai que acaba o remédio... (em referência ao programa Remédio em Casa)", ameaçou.   O candidato da coligação "São Paulo, na Melhor Direção" (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC) e ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin contou com a participação de sua mulher, Lu Alckmin, que deu um apelo familiar ao programa. A ex-primeira-dama do Estado falou sobre um dos problemas enfrentados por "nossas famílias", a saúde da mulher. Sem apresentar propostas do marido, Lu conversou com uma médica e uma voluntária sobre medicina preventiva. Alckmin se esmerou em mostrar compaixão com os pobres. "Política é cuidar. Os que mais precisam não são invisíveis para mim." Saúde e transporte Paulo Maluf, candidato do PP, seguiu sem falar em seu próprio programa eleitoral, formado apenas de imagens de obras viárias, depoimentos de populares e a fala de um locutor. O programa prometeu a volta do Plano de Atendimento à Saúde (PAS), agora com atendimento odontológico. Maluf acusou Marta e Kassab de terem piorado a saúde, mesmo tendo recursos para melhorá-la. "Está provado, ninguém aplicou tão bem o dinheiro do povo de São Paulo", afirmou o locutor. A candidata do PPS, Soninha Francine, disse que pretende reorganizar as linhas de ônibus da capital paulista e melhorar a integração entre meios de transporte. Adepta da bicicleta e usuária de transporte coletivo, Soninha criticou o uso excessivo de carros, "sempre com uma pessoa só dentro". Ivan Valente, da coligação "Alternativa de Esquerda para São Paulo" (PSOL-PSTU), criticou Kassab pela construção da Ponte Estaiada sobre o Rio Pinheiros, reduzindo a obra a um "cartão postal". "Tem prefeito que faz um cartão postal e deixa de construir 200 mil moradias em uma única gestão", afirmou. Valente falou sobre a dívida pública do município, que prejudicaria investimentos em moradia, transportes e educação. O candidato da coligação "Tostão contra o Milhão" (PTC-PTdoB), Ciro Moura, prometeu acabar com a corrupção, se eleito. "A Prefeitura só fará obras necessárias", disse Moura. Renato Reichmann, do PMN, defendeu que as unidades de Atendimento Médica Ambulatorial (AMA) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) funcionem 24 horas por dia. "Curar gripe em AMA é mais barato do que curar pneumonia no hospital", afirmou Reichmann. Levy Fidélix, do PRTB, disse que pretende criar um banco central municipal, o Banco Poupança. Edmilson Costa, do PCB, atacou o capitalismo como "inimigo da humanidade". Enquanto isso, a candidata do PCO e sindicalista dos Correios, Anaí Caproni, convocou os trabalhadores da empresa para uma greve em novembro.

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