Mário Reali pensa em transição mesmo tendo apoio do prefeito

Temos diferenças, novos desafios e um arco de alianças de doze partidos, afirmou o candidato

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Por Fabiane Leite
Atualização:

Líder nas pesquisas de intenção de voto para a prefeitura de Diadema (Grande São Paulo), o arquiteto e deputado estadual Mário Reali (PT), de 51 anos, disse ontem que se ganhar pretende montar uma equipe de transição, apesar de ter o apoio do atual prefeito do município, José de Filippi Júnior (PT). "A primeira questão é ter uma equipe de transição. Temos diferenças, novos desafios e um arco de alianças de doze partidos", afirmou Reali pouco antes de votar em uma escola no centro da cidade. Segundo Reali, sua administração priorizará a educação, em vez da saúde, que ele afirma ser a prioridade do atual prefeito. "Serão novos investimentos em educação e qualificação profissional." O prefeito, que esperava Reali na escola, disse que a perspectiva de vitória do partido no primeiro turno "é resultado da aprovação de sua gestão". Diadema foi a primeira cidade governada pelo PT no Brasil em 83, com a vitória de Gilson Menezes, atual vice de Reali. A legenda já obteve seis mandatos na cidade. Reali, que foi acusado ao longo da campanha de não morar na cidade, mas em São Paulo, o que contraria a legislação eleitoral, deu o seu endereço em Diadema aos jornalistas. Fascismo Segundo lugar na disputa, o médico tucano José Augusto Ramos, de 61 anos, também disse estar confiante na vitória, mas criticou o fato de as apurações na cidade ocorrerem em dois cartórios com acesso restrito ao público. A legenda conseguiu afastar da função a responsável por um os cartórios, que teria cargo de confiança na prefeitura. "Mas ela vai estar lá dentro. É a raposa cuidando das galinhas", disse Ramos, que perdeu as eleições de 2004 depois de sair vitorioso do primeiro turno e por uma diferença de pouco mais de 500 votos. Ramos disse ainda que só conseguiu começar a campanha em setembro, por falta de verbas, e que o adversário utilizou técnicas fascistas e nazistas de propaganda. "Ele enviou pessoas par irem falar mal de mim nos bares", disse Ramos durante café da manhã com jornalistas. O peessedebista criticou ainda a metodologia utilizada nas pesquisas eleitorais. "A pesquisa deveria ser domiciliar e não de fluxo, pois senão os candidatos enviam um bando para o local em que estão os pesquisadores". Na cidade de cerca de 400 mil habitantes era possível nesta manhã encontrar pessoas distribuindo santinhos na região de colégios eleitorais, o que configura boca-de-urna, crime eleitoral.

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