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Marineiros criam site para defender candidata

Com 'Marina de verdade', apoiadores se mobilizam para desmentir o que chamam de 'mentiras' sobre o posicionamento da ex-ministra em relação ao aborto, ao casamento gay e sobre a falta de experiência

Por Isadora Peron e Lilian Venturini
Atualização:

São Paulo - Internautas apoiadores da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, criaram uma página na internet para desmentir o que eles chamam de "mentiras" sobre a ex-ministra. Intitulado de "Marina de verdade", o site procura esclarecer posicionamentos da candidata sobre temas polêmicos, como casamento gay e o aborto. Com uso de vídeos e reportagens, a página nega que a ex-ministra seja contra à união civil entre pessoas do mesmo sexo e diz que a religião da candidata não influencia sua conduta política.

O site foi feito por marineiros, apoiadores que integraram o Movimento Marina durante sua candidatura presidencial em 2010 e que se reaproximaram da ex-ministra agora. Em nota, a assessoria de imprensa da campanha informou não ter vínculo com a página e que se trata de uma "uma manifestação de simpatizantes da candidata". O site foi criado na última sexta-feira, 22, dois dias depois de Marina ser confirmada candidata à Presidência no lugar do ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo. Não há referências a Campos nos textos.

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O site traz 12 pontos, os dois primeiros ligados ao posicionamento religioso de Marina. "Marina Silva é evangélica. E tem o direito de ser. (...) Mas antes de tudo é uma defensora da Democracia e do Estado Laico", diz o texto. Em outro tópico, os autores classificam como "um dos maiores absurdos" a informação de que a candidata defende o deputado Marco Feliciano (PSC), conhecido em 2013 ao assumir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. "Marina sempre se posicionou contra a nomeação dele. (...) Dizer que é porque ele é evangélico seria reproduzir um preconceito. Um evangélico pode, perfeitamente, defender causas sociais e direitos humanos."

A página ainda destaca entrevistas de Marina em que ela dá sua opinião sobre a regulamentação do consumo da maconha e sobre o aborto. Na parte sobre o casamento gay o site afirma que "ela é favorável, inclusive, à adoção por parte de casais do mesmo sexo".

O site também tenta rebater a ideia de que falta experiência administrativa a Marina, informação que tem sido abordada por seus adversários Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Em resposta, o site lembra que a candidata foi deputada, senadora e ministra do Meio Ambiente - sem fazer referência ao governo Lula. "Não é por nada não, mas é bem mais experiência que muitos presidentes que já tivemos", conclui.

A página foi divulgada nas redes sociais e de pessoas ligadas à Rede Sustentabilidade, partido idealizado por Marina. Nas eleições de 2010, a campanha de Marina focou sua atuação na internet. Nos últimos dias, a própria candidata se dirigiu à militância jovem, pedindo que doassem "tempo" para a campanha e convocando a dedicar "meia hora por dia" para responder as "mentiras" nas redes sociais.

PT e PSDB. Em dois dos tópicos, a página procura desvincular a imagem de Marina aos seus principais partidos adversários. Os textos afirmam que a candidata saiu do PT "exatamente por não concordar com os rumos" do partido e que ela "lutou até o último segundo" contra as coligações do PSB com os tucanos: "Inclusive ela não vai fazer palanque junto ao Alckmin em São Paulo nem com o Beto Richa no Paraná".

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O último tópico é usado para rebater acusações de que o marido de Marina, Fábio Vaz de Lima, contrabandeava madeira no Acre. O trecho diz que, após Marina entrar com representação no Ministério Público Federal contra a denúncia, o caso foi arquivado em 2013.

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