Marina sonhou em ser freira, mas convivência com Chico Mendes a fez entrar para a política

Em 2010, dois anos após deixar Ministério do Meio Ambiente, ela conquistou 19,6 milhões de votos em disputa presidencial

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Por Redação
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Até conhecer o ativista ambiental Chico Mendes, em meados da década de 1970, os planos de Marina Silva eram se dedicar à vida religiosa e tornar-se freira. A convivência com o líder seringueiro, no entanto, aproximou Marina do sindicalismo e da causa ambiental. Com Chico fundou a Central Única dos Trabalhadores no Acre e logo depois filiou-se ao PT, em 1985. A partir de então, a ex-senadora vem acumulando resultados e estratégias que surpreendem até mesmo a seus interlocutores mais próximos. 

No Senado, enfatizou sua atuação voltada às pautas ambiental e indígena, que guiaram também sua gestão à frente do Ministério do Meio Ambiente durante o governo Lula. Como ministra comemorou a queda dos índices de desmatamento e travou embates com o Palácio do Planalto, que, para ela, priorizava um modelo de "desenvolvimento a qualquer custo". 

Marina é oficializada como candidata à Presidência da República Foto: Eraldo Peres/AP

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Dois anos após deixar o cargo, em 2010, Marina disputou a Presidência pelo PV, em uma campanha articulada essencialmente pelas redes sociais e com apenas 1min23s de propaganda na TV. Os 19,6 milhões de votos fizeram Marina levar adiante seu projeto político, traduzido por expressões como "nova política" e "debate programático" - em vez de pragmático. Atraiu simpatizantes do PT, PSDB e PV.

O método "sonhático" da ex-senadora, porém, não viabilizou a criação de seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade, a tempo de disputar as eleições. Entre desistir da campanha e filiar-se a uma legenda pequena, optou por uma terceira e inesperada alternativa: aliou-se ao ex-governador Eduardo Campos (PSB). Ao lado dele, tentava manter viva a imagem de uma candidatura "terceira via", com o discurso focado no combate às "velhas políticas" e na defesa de um modelo econômico sustentável.

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