Marina reclama de mentiras sobre suas intenções com o Bolsa Família

Segundo a candidata do PSB, está se 'espalhando pelo Brasil inteiro' a informação de que ela acabará com um dos principais programas sociais dos governos Lula e Dilma

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Por Elder Ogliari
Atualização:

ESTEIO - A candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, reclamou de "uma mentira que está se espalhando pelo Brasil inteiro" de que, se ganhar a eleição, vai acabar com o Bolsa Família, durante coletiva no Parque de Exposições Assis Brasil, onde visitou a Expointer, na tarde desta quinta-feira, 4. Cercada pelo candidato a vice-presidente Beto Albuquerque (PSB) e pelos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e ao Senado, Pedro Simon, ambos do PMDB, Marina lembrou de sua trajetória de quem viu a fome "assolando" a vida da família, para garantir que o programa será mantido. "Imagina se eu iria prejudicar as pessoas que fazem parte das minhas origens", ressaltou.

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Ao longo de 20 minutos de entrevista, Marina usou as palavras verdade e medo diversas vezes. "A verdade é que dissemos no programa de governo que vamos manter conquistas como a estabilidade econômica do PSDB e sociais do PT", reiterou. Enquanto falava que não rebateria a meia dúzia de manifestantes que, de uma das calçadas do parque, a acusavam de "homofóbica e fundamentalista", Marina destacou que prefere sofrer a cometer uma injustiça e passou a frases que remetem à Oração de São Francisco e a atitudes cristãs. "Quero oferecer a outra face. Para a face da incompreensão, a compreensão. Para a face de algumas mentiras que estão sendo ditas contra mim, a verdade. Para a face do medo, a esperança. Para a face da mesmice, a mudança que o povo já está fazendo."

Coragem e esperança. Questionada por um repórter sobre estar, com suas declarações, se indispondo antecipadamente com Renan Calheiros, que pode ser reconduzido à presidência do Senado no ano que vem, Marina respondeu que "um movimento tão bonito como o que está sendo feito pelos brasileiros deve nos encher de coragem e esperança". E voltou a tratar do medo. "Essa história de medo eu durante 30 anos vi as pessoas fazerem com o Lula (Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil de 2003 a 2010). Eu dizia e acreditava e continuo acreditando que a esperança venceu o medo e não adianta querer ressuscitá-lo", comentou, para reafirmar que quer governar com os melhores quadros dos partidos, da iniciativa privada, da academia e da sociedade.

Marina recebeu propostas colocadas em um documento pela Associação Médica Brasileira e disse que lerá com atenção para incorporar ideias ao seu programa de governo Foto: José Patrício/Estadão

No mesmo tom, Marina também disse, como sugestão, que os candidatos poderiam lançar na internet uma "campanha de limpeza da campanha", para que cessem os ataques com argumentos falsos na rede e "a gente possa debater o que interessa ao Brasil".

Em outra questão, ao falar da anistia, Marina disse que não criticou a lei, aplicada tanto a quem participou da luta contra o regime militar como a quem participou da repressão, mas defendeu que "a verdade precisa vir à tona" porque "é a melhor base para fazer a história de qualquer povo". E complementou afirmando que "os crimes praticados devem vir a público para que a sociedade tenha todos os elementos do que aconteceu com entes queridos e figuras históricas e emblemáticas".

Programas. Informada por um jornalista de que o candidato do PSDB, Aécio Neves, disse que seu eventual governo seria uma rota de improviso e geraria déficit de R$ 150 bilhões, Marina partiu para o ataque. "Fico feliz que os nossos concorrentes Aécio e Dilma estejam lendo nosso programa de governo e fazendo cálculos", destacou. "Gostaria de fazer o mesmo em relação ao programa deles, que eles ainda não apresentaram". Depois assegurou que os recursos para os programas que prevê sairão da volta do crescimento do País, de redução da taxa de juros, reiterando que cada ponto porcentual a menos gera economia de R$ 25 bilhões para os cofres do governo, e da eficiência do gasto público.

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