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Marina pede 'tempo necessário' para levantar dados sobre jato usado por Campos

Candidata corrobora declaração de Beto Albuquerque, de que PSB dará até terça informações sobre aeronave que levava candidato

Por Isadora Peron e Ana Fernandes
Atualização:
A PF apura se a aeronave que era usada por Campos quando sofreu o acidente que causou sua morte foi contratada com dinheiro de caixa dois Foto: Márcio Fernandes/Estadão

A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, disse nesta segunda-feira, 25, que a demora para a resposta sobre a prestação de contas do jatinho usado por Eduardo Campos se deve à necessidade de dar uma resposta completa do ponto de vista legal. "Queremos que sejam dadas explicações de acordo com a materialidade dos fatos e, para termos a materialidade dos fatos, é preciso que se tenha o tempo necessário para que essas explicações tenham a devida base legal", disse a candidata em São Paulo.

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A Polícia Federal apura se a aeronave que era usada por Campos quando sofreu o acidente que causou sua morte e de outras seis pessoas, em 13 de agosto, foi contratada com dinheiro de caixa dois. Também pairam suspeitas sobre outro avião usado pelo então candidato presidencial em uma visita a Feira de Santana (BA), no dia 20 de maio. Os gastos em relação aos dois jatinhos não estavam descritos na primeira prestação de contas do PSB relacionadas à campanha de 2014.

Marina corroborou o que havia sido colocado pouco antes pelo seu companheiro de chapa, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), de que até esta terça-feira, 26, o partido vai se posicionar. "O partido está juntando as informações e, no momento oportuno, entre hoje e amanhã, dará as explicações para a sociedade."

A ex-senadora respondeu aos questionamentos dos jornalistas após insistências para que fosse ela a abordar o assunto, e não apenas o vice, como vinha acontecendo até então. Ainda assim, Beto tentou evitar que Marina respondesse. "Isso é uma responsabilidade nossa, da direção do PSB, que entre hoje e amanhã, eu espero, através do escritório de advocacia que contratamos, possa dar ao Brasil e a vocês todos os esclarecimentos", disse o vice aos jornalistas.

Bienal. Marina deu as declarações ao visitar a Bienal do Livro, na capital paulista. Imediatamente reconhecida pelo público, foi bastante assediada. Crianças e adolescentes, principal público do evento em dias de semana, se aglomeraram em torno da candidata para tirar fotos e as populares "selfies".

"Essa é a 'presidenta' que não morreu no acidente do avião do Campos", disse uma mulher à criança que a acompanhava. "Eu não posso votar ainda, mas você teria meu voto, Marina", gritou um adolescente. A aglomeração chegou a tal ponto que a candidata não conseguia andar pelo pavilhão da Bienal. Precisou que seguranças e assessores fizessem uma corrente ao seu redor e agilizassem a caminhada.

Marina fez questão de destacar as propostas de educação que vinham sendo feitas por Campos, como antecipar o prazo de implantação do ensino em tempo integral de oito para quatro anos. Citou também o passe livre estudantil e a educação profissional qualificada. "As escolas não podem mais ser uma única porta de entrada e uma única porta de saída. Ela é uma porta de entrada, mas ao mesmo tempo muitas portas de saída, por isso a ideia de educação de tempo integral e educação integral, que forma o cidadão para o exercício da sua cidadania plena."

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Em meio aos estandes de livros, Marina falou ainda da importância de ter bibliotecas nas escolas e equipamentos públicos para incentivar a leitura. "Queremos valorizar o exercício da leitura como forma de complementar a formação da criança, do adolescente e do jovem", afirmou.

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