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Marina e Meirelles fazem 'dobradinha' para atacar 'CPMF' de economista de Bolsonaro

Guru do presidenciável do PSL, Paulo Guedes propôs criar imposto semelhante ao angito tributo

Foto do author Daniel  Weterman
Por Daniel Weterman e Daniel Galvão
Atualização:

Os candidatos à Presidência Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede) fizeram uma "dobradinha" no debate presidencial em Aparecida (SP) para atacar o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), ausente no programa e internado após ter sofrido um ataque com golpe de faca no abdome.

Meirelles e Marina criticaram a proposta do assessor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, de criar um imposto semelhante à extinta CPMF. "Sou contra a reedição da CPMF porque foi usada de forma pervertida", disse Marina, que retomou as críticas contra Bolsonaro, classificando a proposta e a visão do candidato do PSL como "nefastas".

Marina Silva (Rede) durante debate entre presidenciáveis em Aparecida (SP) Foto: THIAGO LEON/A12

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O emedebista, por sua vez, disse que o imposto é um "exemplo do que não pode ser feito" na economia. "Isso é perigoso, é grave, e a população precisa ser alertada por isso", declarou Meirelles, dizendo que não se pode criar novos impostos que prejudiquem os mais pobres.

A 'pinicadinha' de Ciro em Haddad

O que parecia o início de outra dobradinha sobre reforma tributária, entre Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT), se tornou espaço para uma "pinicadinha" de Ciro no petista, conforme o candidato do PDT se referiu. Haddad defendeu estabelecer um Imposto de Valor Agregado (IVA) para permitir que consumidores paguem menos impostos e cobrar alíquotas de lucros, dividendos e heranças, mas não escapou de críticas do adversário.

"Por que o povo deve acreditar nessa proposta na sua possível gestão se o seu partido, os senhores estiveram no poder durante 14 anos?" questionou Ciro. Haddad disse que o pedetista estava "esquecendo" do controle da despesa do governo ao falar de ajuste tributário.

Quando perguntou para Meirelles, Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu tributar dividendos e reduzir impostos e disse ainda que o governo do presidente Michel Temer, do qual Meirelles foi ministro, "fracassou absolutamente" no investimento em educação e que quem assumir a Presidência no próximo ano terá dificuldades. "O que o candidato evitou é a questão das reformas", pontuou o emedebista.

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Depois de ser elogiado por Ciro no bloco anterior, Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que, além de algumas convergências, tinha diferenças com o pedetista porque defende a chamada "democratização" dos meios de comunicação enquanto Ciro afirma que o controle pode ser feito pelo "controle remoto".

O presidenciável do PDT justificou sua defesa ao falar que a questão é "pragmática" e que não há capital político para aprovar uma regulamentação da mídia no Congresso Nacional. Boulos rebateu dizendo que não se pode ficar "refém" dos "velhos pactos" com o Congresso Nacional. "Se você tiver a oportunidade de servir essa nação, conte comigo nessa parada", respondeu Ciro. 

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