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Maluf 'não vai levar nada' por apoio, garante Haddad

Candidato petista respondeu à sabatina ontem, sem lembrar que apoio já rendeu ao PP cargo no governo federal

Por Débora Alvares
Atualização:

O apoio do PP, do deputado Paulo Maluf, ao petista Fernando Haddad na corrida pela Prefeitura de São Paulo não teria ocorrido em troca de nenhum favor político. "Ele não vai levar nada", afirmou ontem o postulante do PT, que teve mais 95 segundos de tempo de televisão garantidos com a aliança. O que Haddad não disse, no entanto, foi que a negociação culminou com a indicação de Osvaldo Garcia, amigo de Maluf, à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, no Ministério das Cidades, comandado por Aguinaldo Ribeiro, também do PP. A nomeação de Garcia saiu no Diário Oficial da União de 15 de junho. Haddad participou ontem da série de sabatinas realizada pelo jornal Folha de S.Paulo com o UOL. Questionado sobre a ausência de ataques ao líder nas pesquisas de intenção de voto, Celso Russomanno (PRB), o petista negou evitar o confronto. "Fui para o debate com ele, que alegou não conhecer as contas do município", disse. "São Paulo não é para amador", afirmou, referindo-se aos programas de governo do adversário, que qualificou como esboço de que não "revela uma cidade com mais qualidade de vida".Ao longo do encontro, ele classificou a postura do tucano José Serra durante a campanha como lastimável. Entre as críticas à atual gestão, Haddad citou o Controlar, sistema de inspeção veicular, que, segundo ele, "não é bom para o ar, mas deve ser bom para alguém". Em resposta aos ataques de Serra pela participação da presidente Dilma Rousseff na campanha petista, Haddad rebateu: "Quem pretende ser prefeito da maior cidade do País vai se indispor com a presidente da República?", questionou, destacando a entrada do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha tucana. O mensalão também foi citado pelo candidato, que negou qualquer comentário de insatisfação com o julgamento por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o julgamento "não veio a calhar para ninguém, muito menos para outros partidos", lembrando os mensalões do PSDB em Minas e do DEM em Brasília.

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